desejos a atravessar a pele, o corpos e todas as vontades do sentir. o querer a pulsar além do verbo e do sentimento exposto na derme.
Poético
Meu tórax / vazio, / oco, / jogado no chão / a rasgar o músculo / melancólico / que pulsa fora de mim.
O mar, essa ausência salgada, traz em suas ondas todos os versos que um dia joguei ao vento.
Minha matéria salgada vive em devaneios... / partida ao meio / sob o concreto de verbos pretéritos / amanhecida / entre orvalho e brisa.
O coração fora da página, além do verbo, a pulsar no meio da palavra abstrata. O sentir a evaporar pelos poros de toda minha existência.
Quebrada, em ruínas / fracionada / em retalhos / abandonada entre / o verbo e o pronome / perco-me nas fissuras / do meu existir / no deserto / de todas as emoções / meu frágil ser / aspira o cheiro / salgado que esvai de mim.