Esqueceu-se no próprio caminho.
Adormeceu na borda da página vazia. Rasgou os verbos desenhados nos abandonados trilhos da estação passada. Isolou-se o inverno de sua alma. Acomodou-se no silêncio de sua própria voz e fez das letras sua habitação.
Destaque
Deixo aqui apenas uns poucos fragmentos escritos na tarde de outono em que eu me vi nua diante de todas as palavras.
O inverno a espalhar todos os aromas nostálgicos que habitam em mim.
Devaneio inspirado no poema de Carlos Drummond de Andrade "No meio do Caminho". Um verso a exalar flores, pólen e perfumes.
Poema exposto. Verbo a aquecer a página e arder a letra. Verso a carregar sentimentos expostos, desejo de pele, corpo e alma.
Ela carrega na alma / traços do oceano azul, / tempestades de alto-mar. / O perfume que exala / dos seus poros / tem notas salgadas. / Ela,entro e fora / perto ou longe, / marítima!