<\/a><\/p>\n

Estou em sil\u00eancio.
\nAs palavras est\u00e3o ausentes de mim.<\/p>\n

Estou em falta com as letras desenhadas no papel e a minha voz est\u00e1 fraca, pois n\u00e3o recito mais os versos bordados num livro de capa colorida.<\/p>\n

H\u00e1 sil\u00eancios em mim.<\/p>\n

Pousei a minha alma num sentir mudo, ausente de tudo.
\nRompi com alguns verbos que pareciam se repetir num canto qualquer do mundo.<\/p>\n

H\u00e1 mudan\u00e7as em mim.
\nN\u00e3o troquei de asas, troquei apenas as minhas interioridades.
\nEstou completamente mudada\u2026
\nNovo. Mudan\u00e7as.<\/p>\n

Preciso desvendar minhas entranhas e ter certeza da mudan\u00e7a. Preciso de outros dizeres, de uma nova linguagem, de tantas verdades e de tantas outras palavras que nascem no caos do viver.<\/p>\n

Estou perdida em meus antigos dizeres e nas novas verdades. Perdi aquelas palavras no meio do sentir, enquanto caminhava solit\u00e1ria no novo que encontrei.<\/p>\n

N\u00e3o sei o que dizer\u2026
\nSinto medo.<\/p>\n

Medo do tudo, medo da mudan\u00e7a, medo do que ainda n\u00e3o tive.<\/p>\n

Retiro-me no meu sil\u00eancio absoluto e rezo todas as ora\u00e7\u00f5es do poema do M\u00e1rio, da Cec\u00edlia e me ajoelho humildemente, \u00e0 procura das novas letras que surgem em diferentes vozes do mundo novo.<\/p>\n

Busco. Encontro.
\nN\u00e3o paro. Dan\u00e7o nas palavras.<\/p>\n

Retiro-me no jardim de borboletas com suas asas coloridas.<\/p>\n

Quem foi que disse que as metamorfoses silenciosas n\u00e3o renascem em asas de borboletas?
\nSilencio-me e encontro tantas outras palavras no novo que absorve o sentir.<\/p>\n

\u00c9 tempo de ser borboleta!<\/p>\n

(Suzana Martins – Junho\/2011)<\/em><\/strong><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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