Conversa Clariciana em p\u00e1ginas de livros:<\/strong><\/em><\/span><\/p>\n

Eu escrevo numa simpatia de palavras tortas e confusas, se algu\u00e9m me ler e\/ou tentar entender-me, \u00e9 pura e mera considera\u00e7\u00e3o de verbos…<\/em><\/span><\/p>\n

(Suzana Martins \u2013 22\/09\/2011)<\/em><\/span><\/p>\n

\u201cEu escrevo para nada e para ningu\u00e9m, se algu\u00e9m me ler ser\u00e1 por conta pr\u00f3pria e auto-risco.\u201d<\/span><\/p>\n

(Clarice Lispector \u2013 manuscrito sem data)<\/span><\/p>\n

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S\u00e3o Bernardo do Campo, SP<\/span>
\n 28 de Maio \u2013 17h45min<\/span><\/p>\n

Estou cansada das minhas letras. Estou farta dos meus versos melanc\u00f3licos e repetitivos. N\u00e3o quero escrever nada, quero apenas ler Cec\u00edlia dentro desse outono saudoso. A cada gota de chuva, a cada mudan\u00e7a do vento, sinto falta da brisa que vem do mar. Estou com saudades de caminhar na areia, mas isso voc\u00ea j\u00e1 sabe querido di\u00e1rio. Eu ando sumida das suas p\u00e1ginas, mas \u00e9 porque todas as vezes que escrevo em ti uso sempre as mesmas met\u00e1foras e repito diariamente que ando saudosa. Coisas do outono, coisas de todas as letras que escapam entre os meus dedos.<\/span><\/em><\/p>\n

Paro. Leio. Vejo a chuva cair pela minha janela e esque\u00e7o-me de ti, \u00f3 di\u00e1rio querido! N\u00e3o quero palavras minhas nesse outono; n\u00e3o quero versos leves. Quero apenas as palavras de Cec\u00edlia perpetuando as minhas sombras. Quero sil\u00eancio, meu di\u00e1rio! Quero apreciar cada detalhe desse meu amado outono entre as frestas quietas e silenciosas de mim. Eu desejo o sil\u00eancio dos teclados formando palavras conotativas. O que eu mais desejo hoje s\u00e3o os detalhes das ruas enfeitadas de pessoas que n\u00e3o perceba onde estou.<\/span><\/em><\/p>\n

Shiii… Preciso de sil\u00eancio, querido di\u00e1rio! Fique quieto nesse outono, n\u00e3o deixe a \u00faltima folha cair…<\/span><\/em><\/p>\n

Suzana Martins<\/span><\/em><\/strong><\/p>\n<\/blockquote>\n