{"id":3161,"date":"2012-08-28T15:09:06","date_gmt":"2012-08-28T18:09:06","guid":{"rendered":"http:\/\/minhasmares.com.br\/?p=3161"},"modified":"2012-08-28T18:15:16","modified_gmt":"2012-08-28T21:15:16","slug":"o-dia-de-todas-as-estacoes","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/minhasmares.com.br\/o-dia-de-todas-as-estacoes\/","title":{"rendered":"O DIA de todas as esta\u00e7\u00f5es"},"content":{"rendered":"
Era inverno, mas as gotas de sol ardiam \u00e0 pele imitando um ver\u00e3o daqueles que n\u00e3o se pode, de maneira alguma, ficar longe da praia. \u00c9 dif\u00edcil imaginar, pelo menos para mim, um agosto t\u00e3o quente em S\u00e3o Paulo. Mas, s\u00e1bado (25\/08) foi um dia assim. N\u00e3o havia um vest\u00edgio sequer de inverno, nem o c\u00e9u respeitou a esta\u00e7\u00e3o, muito menos o vento. Era ver\u00e3o. Naquele dia eu poderia afirmar, sem qualquer d\u00favida h\u00e1 habitar em mim, que era ver\u00e3o.<\/p>\n
Foram dias e dias de prepara\u00e7\u00e3o at\u00e9 chegar ao est\u00e1gio final: O Lan\u00e7amento<\/strong>! Tinha medo de n\u00e3o d\u00e1 certo, apar\u00eancias tensas e, tantas outras coisas acumuladas, que sentia o sangue correr pelas minhas art\u00e9rias. Mas, no final, foi tudo perfeito! Encontrei pessoas maravilhosas, conheci tantos outros rostos que me fazem bem s\u00f3 de lembrar o sorriso estampado na face. Abracei algu\u00e9m mais que especial para mim e, depois de tudo, gargalhei muito. Afirmo, repito, reafirmo, grito: FOI UM DIA MARAVILHOSO<\/strong>!!!!!<\/p>\n Aeroporto de Guarulhos<\/span> As despedidas machucam alguns sentimentos que se prendem em determinadas esta\u00e7\u00f5es. N\u00e3o sei ao certo o que seria bom ou ruim em determinados momentos, mas digo que despedir \u00e9 algo que machuca al\u00e9m da alma. S\u00e3o l\u00e1grimas que escorrem em momentos que ficam distantes do presente, e, absorvem um pret\u00e9rito de sensa\u00e7\u00f5es. Todos esses dias se transformam em porta retratos de uma estante de saudade, num instante vivido e apreciado em todos os detalhes…<\/em><\/span><\/p>\n Devo sofrer de alguma l\u00e1grima precoce, pois o meu cora\u00e7\u00e3o dispara numa saudade desenfreada de versos abstratos e contempor\u00e2neos, quando as despedidas se aproximam de minha derme. Na tranquilidade dos momentos descubro-me em meio a certos pontos de partida que se petrificam dentro de mim. Abstraio-me num sentir povoando at\u00e9 a s\u00e9tima conduta de um viver eterno e propagando as circunst\u00e2ncias. Queria apenas as letras adjacentes de um plural il\u00f3gico.<\/em><\/span><\/p>\n Despedir \u00e9 algo que n\u00e3o deveria existir em nosso tempo verbal. A despedida sangra o cora\u00e7\u00e3o arranhando as entranhas e a derme, que sente a aus\u00eancia fotografada em rimas f\u00e1ceis… Encontro-me aqui, num sagu\u00e3o de aeroporto distanciando do ontem e pensando num amanh\u00e3 que escorre dos meus olhos imitando as l\u00e1grimas de um pret\u00e9rito bem vivido.<\/em><\/span><\/p>\n N\u00e3o sei se seria muito tr\u00e1gico apagar certas palavras dos verbos, mas sei que o sentir n\u00e3o se apaga, pois as mem\u00f3rias ficam vivas num final de tarde ao tocar aquela can\u00e7\u00e3o que o vento sussurrou nas ruas da paulista. N\u00e3o tem como n\u00e3o viver certos momentos, nem como despedir de uma saudade que se prepara para outra longa saudade de tantos outros momentos…<\/em><\/span><\/p>\n Havia muitas nuvens no c\u00e9u quando cheguei aqui, e h\u00e1 tantas outras nuvens enquanto me despe\u00e7o. Acredito que n\u00e3o ver a cidade ao embarcar e desembarcar \u00e9 sinal de que despedir daqui \u00e9 algo imposs\u00edvel. O adeus em meio aos versos dialogados num solit\u00e1rio caderno de p\u00e1ginas amarelecidas, n\u00e3o pode ser escrito quando n\u00e3o se v\u00ea a cidade. N\u00e3o me conformo em n\u00e3o ver S\u00e3o Paulo de cima, mas me conformo em n\u00e3o precisar despedir desse mundo que habita dentro de uma \u00fanica cidade…<\/em><\/span><\/p>\n S\u00e3o Paulo conseguiu me encantar com um simples vento garoado numa Paulic\u00e9ia escrita por M\u00e1rio de Andrade em suas cartas a todos n\u00f3s. Ouso dizer que M\u00e1rio escrevia pra mim, e hoje, conhe\u00e7o e admito que eu sou completamente apaixonada por S\u00e3o Paulo, porque ele um dia, h\u00e1 muito tempo atr\u00e1s, resolveu compor tantos versos que serviriam para eu conhecer essa metr\u00f3pole que vive dentro de um mundo de versos que s\u00e3o apenas meus.<\/em><\/span><\/p>\n N\u00e3o serei ego\u00edsta em guardar tudo isso dentro de um livro de duas p\u00e1ginas, mas tentarei escrever os outros poemas deixados num caderno que ficou no meio do caminho… mora em mim todos os anseios e descobertas dessa cidade que me conhece pelo avesso.<\/em><\/span><\/p>\n S\u00e3o Paulo que est\u00e1 dentro de mim…<\/em><\/span><\/p>\n
\n 31 de Agosto de 2011<\/span>
\n 13h45min<\/span><\/p>\n