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Navegando aqui, em \u00e9poca de festas, meu grande amigo Vidal<\/a><\/p>\n

Uma mensagem de nascimento<\/strong><\/p>\n

Uma sombra atravessa as luzes agitadas e o v\u00e3o dos vidros da cidade que \u00e9 toda um embrulho. Coberta de an\u00fancios. Na noite que \u00e9 como se fizesse dia nas cal\u00e7adas, afogam-se os olhos no cord\u00e3o de vitrines, que \u00e9 como um varal estendido. E \u00e9 tanta coisa nova que vem sem tempo de deixar antigas as outras, \u00e9 tanta coisa que vai ficando antiga a m\u00e1-vontade. A vista cansa de ver os pre\u00e7os e subir escadas rolantes jorrando gentes. Um vozerio vol\u00favel. Natal \u00e9 uma cidade inflamada.<\/p>\n

Ser\u00e1 que ainda h\u00e1 o sonho de alguma coisa que v\u00e1 al\u00e9m da necessidade, algo mais que preencher a vida, que transborde para pensar uma nova forma de existir no mundo? No meio de tanta pressa, a sombra do homem discretamente duvida, e a d\u00favida reclama um ouvido profundo. N\u00e3o se cala porque somos a voz que vai contar o que somos. A voz rouca que ensaia uma palavra de poeta, que \u00e9 sempre empurrar ladeira abaixo uma pedra que rolar\u00e1 o meio de algum caminho. Uma palavra que, poema ou prece, \u00e9 a silhueta de algu\u00e9m que \u00e9 sombra cercada de noite. \u00c9 um peda\u00e7o de sonho, e o sonho \u00e9 urgente.<\/i><\/p>\n

Enquanto as vias hipertensas se atascam na incha\u00e7\u00e3o da noite os homens espalham na terra a noite que nasce no fundo deles. As esquinas se enchem de disfarces. Na sina de sombra toda leveza \u00e9 contradit\u00f3ria, que o peso da ang\u00fastia; que a carga de ansiedade s\u00e3o insustent\u00e1veis e as costas se curvam numa defesa in\u00fatil. Os olhos se injetam num estrado, onde um pres\u00e9pio.<\/p>\n

Nalgum lugar ali uma asa de luz agitada cruza a neblina como uma not\u00edcia. \u00c9 que embora as insinua\u00e7\u00f5es de gozos imposs\u00edveis, embora todos os alardes de progresso, p\u00f3s-isso, p\u00f3s-aquilo, o individualismo que deixa s\u00f3, o consumismo que consome o tempo de se descobrir, embora todos esses espasmos do tempo, h\u00e1 fome.<\/p>\n

E \u00e0 parte tudo isso nasce, num hospital qualquer, no interior de um casebre no entulho, ou no cora\u00e7\u00e3o de quem fixou os olhos no espelho, ou ainda, no ser mais desesperan\u00e7ado onde a gota de uma f\u00e9 molhou o solo seco dos l\u00e1bios, uma crian\u00e7a nasce. Sem nome e sem ber\u00e7o ainda. Mas a estrela de antanho est\u00e1 ali. O coro celestial de anjos tamb\u00e9m est\u00e1 ali. E o verbo que jorra do fundo de toda coisa que existe tamb\u00e9m. Tamb\u00e9m nasce ali.<\/p>\n

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Feliz natal!<\/strong><\/p>\n

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\u00c9verton Vidal tem 27 anos, \u00e9 m\u00fasico, estudante de medicina e seguidor do Cristo. Amigo, sens\u00edvel e conotativo. Escreve com a alma e com o cora\u00e7\u00e3o nos dedos escorrendo amor em suas palavras\u2026<\/p>\n

Hoje, v\u00e9spera de natal, n\u00e3o poderia deixar de convid\u00e1-lo para escrever aqui, pois ele sabe compor palavras de natal que enche os nossos cora\u00e7\u00f5es!<\/p>\n

Conhe\u00e7a o blog:<\/strong> Re-novidade<\/a><\/p>\n<\/blockquote>\n

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Este artigo pertence ao blog “Entre Mar\u00e9s”<\/a>.<\/p>\n

Pl\u00e1gio \u00e9 crime e est\u00e1 previsto no artigo 184 do C\u00f3digo Penal.<\/p><\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

Navegando aqui, em \u00e9poca de festas, meu grande amigo Vidal Uma mensagem de nascimento Uma sombra atravessa as luzes agitadas e o v\u00e3o dos vidros da cidade que \u00e9 toda um embrulho. Coberta de an\u00fancios. Na noite que \u00e9 como se fizesse dia nas cal\u00e7adas, afogam-se os olhos no cord\u00e3o de vitrines, que \u00e9 como<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":3800,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_mi_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"footnotes":""},"categories":[253,1,252],"tags":[138,72],"yoast_head":"\n