<\/a>Imagem: Google<\/p><\/div>\n
As redes sociais s\u00e3o maravilhosas sim! N\u00e3o estou dizendo ao contr\u00e1rio. N\u00e3o me interprete mal. Pois nesse mundo virtual encontramos pessoas do tempo da escola, da faculdade e pessoas que ficaram perdidas em nosso passado que a vida incumbiu de levar para os seus mundos. E \u00e9 aqui, no virtual, que conhecemos tantos outros que, nem imagin\u00e1vamos fazer parte do nosso grupo de amigos. Mas, o que eu estou falando \u00e9 que sinto falta da espontaneidade do encontro. Esquecemos algo dentro da gaveta que precisamos resgatar. Porque algumas pessoas \u2013 algumas pessoas, ok? \u2013 moram dentro das redes sociais e n\u00e3o saem de l\u00e1 para nada, nem para um caf\u00e9 no final da tarde. E o curioso de tudo isso \u00e9 que alguns te chamam pelo chat e escreve tr\u00eas palavras: \u201cestou com saudades\u201d… Ser\u00e1?! Quando estamos verdadeiramente com saudade de algu\u00e9m a primeira coisa que fazemos \u00e9 ligar e perguntar: \u201ce ai, est\u00e1 vivo? Vamos marcar algo para ontem?\u201d Mas, isso n\u00e3o acontece. Aquele que escreve \u201cestou com saudades\u201d n\u00e3o tem coragem de te ligar e marcar nada… Eu sei, s\u00e3o raras as exce\u00e7\u00f5es. No entanto, alguns podem dizer que \u00e9 falta de tempo ou que est\u00e1 estudando demais ou que trabalho anda corrido e, tantas outras desculpas entrela\u00e7adas que voc\u00ea at\u00e9 acredita e fica sem jeito de dizer qualquer coisa… \u00c9 compreens\u00edvel, pois os dias de hoje parecem mais curtos que os da minha gera\u00e7\u00e3o. Por\u00e9m uma liga\u00e7\u00e3o e algumas horas de conversa n\u00e3o atrapalhar\u00e1 o curso dos ponteiros. Naquela \u00e9poca em que eu vivi, eu aprendi que, o nosso tempo somos n\u00f3s que constru\u00edmos. E que ligar para algu\u00e9m vai demorar apenas alguns segundos. As novas tecnologias nos aproximam, mas tamb\u00e9m deixam um vazio t\u00e3o grande que at\u00e9 a l\u00e1grima demora cair. E tudo isso, porque os nossos celulares s\u00e3o apenas recursos de mensagens r\u00e1pidas e pequenas palavras de saudade sem nenhum \u201cte encontro amanh\u00e3\u201d…<\/p>\n
Ai agora eu fico pensando como era naquela \u00e9poca em que as cartas e telegramas demoravam meses para chegar. E a sensa\u00e7\u00e3o que eu tenho \u00e9 que, mesmo com os ponteiros passando devagar, esta outra espera era uma maravilha. Todo dia ao chegar em casa a pessoa conferia a caixa de correio \u2013 e n\u00e3o era aquela virtual, t\u00e1?! E quando as cartas chegavam, havia todo um ritual para ler… Eu me lembro de ter recebido v\u00e1rias missivas que, em seus envelopes, al\u00e9m dos postais e letras, encontr\u00e1vamos carinho desenhando palavras… Como as pessoas, nos dias de hoje, conseguiriam lidar com esta saudade envelopada?! N\u00e3o sei! A \u00fanica coisa que sei \u00e9 que o aroma dessas cartas era um abra\u00e7ar atemporal.<\/p>\n
\u00c9 querido leitor, eu sei que voc\u00eas n\u00e3o querem ler este texto nost\u00e1lgico e completamente sem poesia desta \u201cvelha\u201d menina nova e chorona… Mas, eu precisava escrever! Confesso que eu sinto falta dos abra\u00e7os e da conviv\u00eancia. Sinto falta do calor, da amizade, dos sorrisos e, principalmente, das horas em que muitos ficavam ao telefone contando besteiras para o amigo da outra linha. N\u00e3o estou duvidando da saudade de ningu\u00e9m… mas, quando a gente sente saudade \u2013 n\u00e3o importa o tempo dos rel\u00f3gios \u2013 n\u00f3s constru\u00edmos o nosso pr\u00f3prio hor\u00e1rio e marcamos uma noitada daquelas em que os registros ficam apenas na mem\u00f3rias e nas conversas cheias de \u201cpiada interna\u201d. Talvez seja por isso que, mesmo com as redes sociais, eu ainda uso o telefone para fazer liga\u00e7\u00f5es e canetas para escrever cartas! Ah, sem contar que \u2013 quando a saudade aperta \u2013 machucando todo o meu sentir \u2013 eu ligo para saber se est\u00e1 tudo bem e tenho um convite para um caf\u00e9 na padaria mais pr\u00f3xima, ou at\u00e9 mesmo, aquela mais distante!<\/p>\n
[Suzana Martins – 07\/2015]<\/strong><\/p>\n <\/a>Imagem: derpinsel.com\/<\/p><\/div>\n
\n“H\u00e1 pessoas que nos falam e nem as escutamos, \nh\u00e1 pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas h\u00e1 pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre”.<\/em><\/span><\/p>\n[Cec\u00edlia Meireles]<\/em><\/span><\/strong><\/p>\n<\/blockquote>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"Eu sou do tempo que \u2013 achei que nunca come\u00e7aria um texto com esta frase \u2013 mas, eu sou do tempo em que as amizades eram extremamente valiosas. De um tempo em que os abra\u00e7os e sorrisos eram t\u00e3o frequentes quanto uma x\u00edcara de caf\u00e9 ao acordar. Os dias podiam at\u00e9 parecer longos, mas, o<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":4255,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"_mi_skip_tracking":false,"_monsterinsights_sitenote_active":false,"_monsterinsights_sitenote_note":"","_monsterinsights_sitenote_category":0,"footnotes":""},"categories":[1],"tags":[24,29,47,5,23,140,9,122,466,100,91,17,40,370],"yoast_head":"\n
Eu sou do tempo... - Suzana MartinsMinhas Mar\u00e9s<\/title>\n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n\t \n\t \n\t \n \n \n \n\t \n\t \n\t \n