Mesmo depois da tua partida ainda guardo em meus l\u00e1bios aqueles rascunhos que desenhavam um sorriso teu.<\/p>\n\n\n\n

Resta-me tamb\u00e9m um pouco daquela felicidade ensaiada e algumas horas de gargalhada. Nos olhos, permeiam algumas l\u00e1grimas secas, aquelas que foram guardadas em cadernos de capa dura. Em minhas falas transbordam todas as lembran\u00e7as que caminhavam lentamente pelas areias da praia a contar estrelas.<\/p>\n\n\n\n

De tudo, ainda tenho um peda\u00e7o de papel rabiscado, algumas fotos rasgadas e outros tantos poemas sem rima. H\u00e1 em meus beirais todas as aus\u00eancias vazias do existir. Ficou em minhas entranhas um sentimento in\u00f3cuo, improv\u00e1vel e completamente fr\u00edvolo. H\u00e1 nesta aus\u00eancia apenas ecos e um c\u00e9u vazio, sem sol ou at\u00e9 mesmo sem as gotas de chuva da esta\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

N\u00e3o tenho mais o teu corpo, o teu rosto, os teus olhos, as tuas letras e muito menos a tua paisagem pr\u00f3xima a mim.<\/p>\n\n\n\n

De tudo que ficou, tenho apenas fragmentos de ti.<\/p>\n\n\n\n

Suzana Martins<\/strong><\/p>\n\n\n\n

*Edi\u00e7\u00e3o do texto em prosa escrito em agosto de 2011 e publicado orginalmente aqui, neste blog, em fevereiro de 2015. Leia a publica\u00e7\u00e3o original neste link<\/a>.<\/p><\/blockquote>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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