{"id":536,"date":"2011-07-26T10:05:00","date_gmt":"2011-07-26T13:05:00","guid":{"rendered":"http:\/\/minhasmares.com.br\/?p=536"},"modified":"2011-11-03T15:56:03","modified_gmt":"2011-11-03T17:56:03","slug":"pensamentos-letras365","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/minhasmares.com.br\/pensamentos-letras365\/","title":{"rendered":"#pensamentos #letras365"},"content":{"rendered":"
\u201cPouco me importa at\u00e9 onde esse \u00f4nibus vai.\u201d <\/a> Na esta\u00e7\u00e3o avistou o trem que chegava.<\/p>\n Queria correr e embarcar.<\/p>\n N\u00e3o queria sentir medo, queria apenas deixar as suas pernas livres para correr sem obst\u00e1culos e embarcar naquele trem. Mas n\u00e3o conseguiu, ou n\u00e3o quis conseguir. Os que estavam a sua volta, n\u00e3o sabiam ao certo o real motivo de ter corrido tanto e n\u00e3o ter entrado naquele trem… Mas isso tamb\u00e9m n\u00e3o importava a ningu\u00e9m.<\/p>\n Caminhou por algumas horas, em cima dos trilhos, entre paisagens distintas e meramente conhecidas dentro de si. Passou em frente daquelas igrejas antigas, cheias de hist\u00f3rias, mas que para ela nada dizia. Eram apenas antigos monumentos que enfeitavam a cidade.<\/p>\n Parou num ponto de \u00f4nibus qualquer.<\/p>\n Chovia.<\/p>\n Ela parecia estar protegida bem ali naquele ponto de \u00f4nibus. Por\u00e9m, de outro \u00e2ngulo, alguns olhares avistavam-na completamente vulner\u00e1vel a todas aquelas gotas que escorriam do c\u00e9u. N\u00e3o sabiam nada dela, nem ela mesma sabia tanto de si.<\/p>\n Ao longe um \u00f4nibus se aproximava. E dessa vez, sem medo, embarcou e com destino desconhecido. Escolheu um lugar qualquer, que sua derme j\u00e1 havia sentido. Sentou e virou-se para janela.<\/p>\n Ali, do lado de fora, corriam destinos, sonhos, vidas e tantos outros mundos distantes dos seus. Ela queria conhecer e desvendar tudo o que aparecia diante dos seus olhos\u2026 Sem pressa. Sem medo.<\/p>\n O motorista parecia apressado, parecia ter hor\u00e1rio marcado e por isso corria.<\/p>\n Ao olhar pelo lado oposto da janela, percebeu que algu\u00e9m escrevia incansavelmente. E n\u00e3o importava com nada, nem com os deslizes do \u00f4nibus. Parecia escrever sobre sentimentos, vida. Olhou de canto e leu por alto, leu de longe, mas percebeu que estava dentro daquelas linhas.<\/p>\n Todas aquelas palavras escritas ali, por uma menina que talvez tivesse medo, faziam alvoro\u00e7o de sentimentos dentro de si\u2026 Deixou escorrer uma l\u00e1grima pela face e temeu manchar o papel da mo\u00e7a que estava ao seu lado. Ensaiou um sorriso, leu mais um pouco e inventou palavras interiores que pudessem conversar com a tal menina de palavras bonitas…<\/p>\n N\u00e3o sei se conseguiram conversar, mas o que eu sei \u00e9 que essa menina que escreve, ensinou a menina que tem tantos caminhos a ver o futuro de uma maneira completa.<\/p>\n #devaneios<\/p>\n
\n<\/strong><\/em>(Suzana Guimar\u00e3es<\/a>)<\/strong><\/em><\/p>\n
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