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\n<\/a><\/p>\n

Gosto das tuas indiretas escritas em folhas de sedu\u00e7\u00e3o
\nespalhando em minha derme versos grifados
\nem subtextos que secretamente revelam nossos pronomes.<\/p>\n

Gosto de ler as entrelinhas escritas dentro no teu olhar,
\ne todas aquelas frases indiretas que chegam direto a mim
\nnum tempo imperfeito de um pulsar sem fim.<\/p>\n

Gosto de um gostar agudo, cheio pontos e v\u00edrgulas
\nnum enfeite verbal sem preposi\u00e7\u00f5es.
\nContemplo apenas o gostar, o querer, o sentir
\ne todo um grupo de palavras que imitam voc\u00e1bulos sentimentaloides.<\/p>\n

Aprecio a leitura do desejo, a perfei\u00e7\u00e3o dos verbos
\ne o olhar rabiscando vontades expl\u00edcitas de ti…<\/p>\n

O grafite, \u00e0s vezes, escreve suas onomatopeias fingindo tocar
\nde maneira mais aguda aquele \u00f3rg\u00e3o de som descompassado,
\ncheio de versos milimetricamente ritmados…
\nEm seu artigo um cora\u00e7\u00e3o, e este,
\nest\u00e1 cheio de adjetivos que pulsam sem medo.<\/p>\n

H\u00e1 em mim letras tatuadas por ti que ultrapassam
\na alma desenhando formas concretas de um abstrato sentir…<\/p>\n

Guardo nossas palavras e verdades sem pronomes e preposi\u00e7\u00f5es.
\nGuardo metades inteiras de ti num tempo adverbial escrito por mim.<\/p>\n

Porto seguro, 08\/08\/2011 \u2013 22h53min<\/em><\/p>\n