É na gentileza dos teus versos / que sinto o frescor da palavra / anunciado em teu farol / quando a onda tocou a praia. / No amanhecer dos versos líricos, / na sutiliza das minhas sentenças, / fico à espera do teu poema mar.
Poético
Pouco a pouco, / bem devagar, / redescubro-me / do lado de dentro / no íntimo daquele mundo / que rabisquei antes de partir.
Revisei a luz / olhei para o alto, / toquei o céu / na sensibilidade / pulsante da frágil lua. / Examinei as cores, / costurei os rasgos, / alcancei naufrágios / expostos em meus poros.
Encontro-me parada, / escoltada em pensamentos antigos / que desmoronam com o passar do vento / tal qual castelos de areia, / daquela praia que um dia pisei / ou dos abraços apertados / nos braços que pousei. / Parada ali, relembro rimas antigas / de um poema velho jogado / nas páginas de um diário qualquer.
Rasguei o verbo / cortei a carne
sangrei / perdi a voz / morri lentamente / no abismo do / teu poema sem fim.
O teu toque / é o meu arrepio, / o teu beijo / é o meu verso / sem rima / abraçado ao / teu poema / que pulsa na / ponta do sentir.