#5 – Os dias de espera
Não é como sentar, todos os dias, no mesmo café e esperar por um expresso. Não é como olhar o relógio e sair correndo para o trabalho e, nem é como sentar na praça e esperar por palavras, ou como ler um livro. É uma sensação diferente. O coração bate apressado, as mãos ficam suadas e a respiração treme descompassada. Os dias pré-lançamento é uma mistura de tudo, e há um certo medo e não sei o que. Não sei explicar essas sensações de espera, o que eu sei e entendo é que fico com milhares de borboletas no estômago.
Trago perto de mim uma ansiedade que não sei explicar, e não é o mesmo pulsar de quando ficava na praia esperando o sol se pôr. Moram em mim tantas borboletas que não sabe se chora ou se rir. Habita em mim dialetos monossilábicos que parecem nervosismos de estreia. Não sei explicar, então silencio toda e qualquer palavra, pois hoje eu não tenho domínio sobre elas…
Enfim, os dias de espera trazem diferentes impressões…
Trancoso, 06 de outubro
10h15minRetrospectivas. Voltar ao mesmo lugar. Retornar ao mesmo universo circunscrito em mim num conjunto de palavras introduzidas em papéis sem forma. Houve mudanças em frases eletronicamente grifadas no amarelado das reticências. Há uma prévia que transcreve as teorias que perturbam a nossa existência. Pode parecer completo e desnecessário esse rastejar de verbos que sufoca a leveza de um poema em óbito, mas a voz fala escorregando pelos dedos. Retornar. Regressar. Sentir-se perturbado pela existência de passados vulcânicos, e assim, reproduzir sons num teclado mudo de letras embaralhadas e confusas. Voltar ao mesmo lugar. Naufragar nas próprias confusões verbais e existir apenas em letras!
Suzana Martins – Última página
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P.s.: Esse post faz parte da série de matérias pré lançamento do livro ‘última página’.
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