#6 – O cenário
Algumas folhas jogadas no chão, alguns ventos entrando pela janela e tantos outros versos perversos soltos no ar. Uma música, um violão, letras rasgadas e um mar como testemunha. Uma lua, quatro estações e vielas perdidas no meio do caminho que leva a tantos e, em suas diversas vezes, não leva a lugar algum. Há prosas e versos, cartas escritas numa madrugada de saudades e outras palavras despejadas numa montanha russa de prédios e praças. Não é um cenário composto por grandes atores, e também não tem nada haver com as peças teatrais comuns. É simplesmente um lugar de palavras escritas ao vento, ou jogadas ao mar… Em minhas letras há versos de balé e tantas outras caminhadas escritas com meu all star.
Hoje perdi as estribeiras com as palavras; rasguei todos os poemas que estavam dentro de um baú de saudade. Quebrei a corda fá do meu violão e deixei algumas músicas faltando solos. Eu não quero mais as palavras que deixei jogadas no mar, o que eu quero é muito simples, desejo uma coerência dentro das minhas filosofias de bolso quando numa qualquer ouvir Elis cantar. Acendo um café, bebo um cigarro inteiro e deixo todos os personagens parados naquela canção que não consegui terminar. Dizem que é sintoma de saudade, eu digo que é apenas a palavra que não foi dita no silêncio. Mas, pra que silêncio, se eu não quero os ecos que um dia me atraiu?! Incógnitas! Essas são as palavras deixadas na metade do caminho, quem sabe um dia eu volto a usá-las… quem sabe?! (…) fumaças… palavras… canções rasgadas pelo vento…
Às vezes eu misturo poesia entre um e outro devaneio musical. Dá nisso, palavras soltas que eu não consigo agarrar…
São Bernardo do Campo, SP
19 de março – 10h57minSe eu pudesse fazer uma retrospectiva desse verão, eu fotografaria apenas as letras que saborearam as tempestades. Se eu pudesse voltar dentro do verão, voltaria naquele parque em que as nuvens de chuva estavam quase no chão. Sim, o verão daqui é bem mais quente e tempestuoso que o de lá… Agora entendo as águas de março…
PS: jamais me esquecerei do verão que gritou tempestades intensas dentro de mim. Enquanto escrevo, eu admito: São Paulo é um mundo estações perdidas… Apaixono-me a cada nascer do sol.
Suzana Martins – Última página
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P.s.: Esse post faz parte da série de matérias pré lançamento do livro ‘última página’.
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