Ele sempre coloria o céu antes de ir embora mas não se tratava de uma triste despedida, ele pretendia agradecer a companhia diária do universo.

Então em um tom maior fazia pinturas de sol menor usando as cores nos mais diversos ritmos, notas, vibrações e composições. Parecia sorrir intensamente com seu inefável rompante! Breves aquarelas a se desmanchar no horizonte colorindo o infinito do olhar e por lá se desenhavam formas, cores e aromas: violetas, rosas, laranjas, amarelas, azuis…

O mar ao fundo transforma-se no mais fino cristal esculpido pelas ondas que já tecem o anoitecer na beira da praia – refletindo preguiçosamente o que resto da tarde… Sinfonia de acordes que embale amantes atentos…

O mais formoso colorido traduzia felicidade misturando fragrâncias, cores, sabores, desejos e ritmos dançados, pintados com alegria e satisfação! Pintor de vidas! Compositor!

E segue o maestro e seus acordes para outros horizontes… Talvez ele volte a beira da praia, as muitas janelas entreabertas, as calçadas de passos por se compor… Isso ninguém sabe. Porém antes de despedir-se ele se transforma em tela. É um compositor de raios… SOL!


Imagem, by: Suzana Martins