Ontem postei alguns versos que foram tecidos numa tal embriaguês poética e que renderam elogios belíssimos. A cada comentário eu estampava um sorrriso de orelha a orelha no rosto, fiquei feliz demais. A Du, num impulso soltou um palavrão, e quando ela faz isso é porque ficou bom demais. A Drica disse que eu deveria voltar mais vezes a Caraíva, (isso eu concordo, rs) e a Lu, sempre inspiradíssima, fez o seguinte comentário:

cloud_rain

Lunna disse…

Esse poema me calou o olhar há pouco, então rabisquei algo aqui (que já te mostrei) e brinquei que iria chamar coisas de Su…
O outono tem essa sequência natural que nos deixa mais atendo a paisagem e Cecília, como muitos outros poetas faz isso de forma singular, assim como você o fez nesse versar.
Eu sou a folha caída
que de saudade chora.
Tantos outonos cantados,
de folhas que voaram
de verões que se foram
e primaveras que choraram.
Perdoa-me folha seca!
Minhas lágrimas não foram em vão
se chorei, foram lágrimas de solidão…
A solidão tem isso, enquanto para uns é um tormento, para outros é solução. As vezes é preciso estar a sós, ausente e o outono nos permite isso. Talvez por isso seja uma estação para poetas.
Seu versar me deixou a suspirar aqui na paisagem outonal que segue do lado de fora da janela entreaberta. Cá entre nós, pena que são apenas três meses, não é mesmo? rs
Abraços matinais daqui e de lá!

 

 

umbrella

Coisas de Su

Perdoa-me folha seca,
há pressa demais em mim
Para apreciar seu vôo final!

Sei de teu silêncio
Do alto até o chão
O Vento enquanto canção
Torna seu vôo suave
Seu vôo melindroso
E nem sempre meus olhos estão lá
para te acompanhar
Deveriam…
Mas não!

Eu cruelmente pisoteio tua história
…e ignoro a tua lembrança!
Sou humano e observar-te
é o mesmo que desenhar minha própria sorte!

*Lu, muito obrigada por todas as palavras e pelos caminhos banhados a contos, poemas, chuva, chás e outonos…