Eu bem que tentei segurar suas mãos, olhar nos seus olhos e dizer todas aquelas palavras bonitas que eram tecidas em forma de súplicas para você poder ficar. Em meu rosto despia-se um sorriso misturado a lágrimas de desilusão. Os nossos olhares estavam distantes, e em algum lugar do meu coração o que era dois perdeu-se em um.

No rádio ainda toca aquela canção que embalou nossos beijos, e eu escrevo versos que foram recitados por você em noites de inverno. Fico sentado te esperando com flores e esperança no coração… mas o silêncio povoou esses sentimentos e calou-se tudo: o olhar perdido na janela, no diário esquecido no chão e na flor que secou-se em solidão.

E agora, me vejo entrelaçado nesse abismo, no vazio inexplicável e nas lembranças desmedidas de um tempo que ficou para trás.

As perguntas estão sem respostas, o que se tem agora é um buraco escuro onde ficaram esquecidos os sonhos, as juras de amor, os planos e todo aquele sentimento declarado e jurado. A sensação dominante é que as juras de amor não valeram a pena, foram promessas vans que sumiram sem qualquer explicação…

Fico aqui a sua espera. Aguardo o seu sorriso alegre e contagiante para enxugar as lágrimas que ficaram em meus olhos. Espero você voltar de não sei onde, do vazio, do solitário, apenas para entender o porquê da despedida e do perfume que ficou em minhas mãos.