Victória olhou para o relógio e contou o passado em seus pensamentos. As expressões faciais indicavam a sua descrença de como tempo pode passar tão depressa. Era como se os ponteiros que marcavam as tais horas escorressem entre os seus dedos.

Em seus olhos percebia que os minutos que transformam as pessoas, é o mesmo que nos apresentam as lembranças nostálgicas.

Ela estava perdida no meio do tempo. Não assim como quem se perde no meio de uma tempestade, sem bússola. Mas perdida. Sem respostas, pela metade.

Victória perdeu-se procurando começo, meio e fim de coisas que não se encontram em contagens desnecessárias… Quanto mais procurava, quanto mais questionava, perdia-se!

Ela não gostava de bússolas, relógios… Leste, Oeste, Norte, Sul. Todas essas orientações eram brincadeiras de verão. Anedotas de outono que se desprendiam com o vento e encontrava-se em primaveras floridas…

Victória. Inconstante. Meio perdida. Sem tempo. Com tempo. As respostas que obtinha no fim sempre a levava para um começo cheio de possibilidades e confusões. Eram bússola e relógio tentando encontrar-se nas indagações de quem não entende o tempo.