Ps: Existem aqueles comentários que ganham vida. E tudo isso porque há um poema, um conto, ou qualquer outra palavra, que provoca esse tipo de reação. São post’s que mexem com a alma e com os versos, mas, principalmente, com os sentimentos que só as letras conhecem.

E isso aconteceu comigo nessa semana ao ler as deliciosas palavras da querida Adriana Goddoy. A poesia e os versos dela são de uma preciosidade sem igual, pois,  cada letra escrita, a alma se conserva em versos que mesclam com todo e qualquer sentir.

Obrigada pela inspiração, Adriana!

O texto inspiração foi esse: Dia Molhado.

Morri ontem com a ausência das falas
e de todas as letras escritas.
Morri ontem, afogada em gotas de chuva
que escorriam pelas ruas num lamaçal de letras.
Hoje, num ressuscitar temporal
encontro-me mergulhada nessa tempestades.
Chove. Chove em minha alma
escorrendo por todos os lados gotas agridoces
que imitam lágrimas e correntezas do sem fim.
Chove, e eu não posso salvar essas minhas frases
que ficam alagadas dentro dos meus guarda-chuvas.
Nem eu mesma, consigo ser salva desses respingos de mim.
Essas gotas incomodam, machucam,
dissolvendo pétalas de mim nesse temporal de verbos.
Morri ontem nessa tempestade
confundindo ruas e calçadas numa tempestade alagada em mim.
Chove, esse gotejar sem fim!!
Chove esse obituário com letras vazias de mim.

(Suzana Martins – 15/12/2012)