As janelas e suas ilusões…
Eu sempre gostei de janelas: grandes, pequenas: Janelas, dessas de abrir e fechar… A nossa casa sempre teve muitas delas, e quando eu era pequena gostava de olhar a paisagem que se formava no outro lado da cidade através delas…
Eu era muito pequena e subia no sofá a fim de observar todos que passavam; até aqueles que, bem distantes, dirigiam pela auto-estrada.
De todas elas, a minha janela preferida era a do quarto da mamãe, pois a paisagem fotografada dali era completa: norte e Sul; todas as rotas me eram presenteadas quando o vento brincava por ali. Não via apenas a paisagem que se formava entre as estações… Eu também enxergava os horizontes e histórias que se desenhavam ao longo dos meus pensamentos.
As colinas, as aves, as pessoas que seguiam de um lado para o outro, e nem me preocupava com o destino delas. Algumas vezes tentava desvendar os tais mistérios, mas nunca descobria o final dessas histórias… Então eu os inventava: finais chuvosos ou primaveris. Janelas! Sempre janelas…
O tempo passou, mas continuei brincando com elas.
É na janela que observo o infinito e brinco de ter asas; que sinto o vento mudando as estações, mesmo quando elas não estão mais em mim.
Observo sempre flores do campo, sol ameno, chuvas, mundos. Tudo pela janela. Mas é olhando por elas que as descobrirei e saberei mais sobre o mundo que elas exibem pra mim…
Pela janela vejo o balanço que brinca com o vento, vejo mares, céu, paisagens inteiras entregues ao vazio…
Pela minha janela observo aquela criança, que todos os dias ao entardecer, via o sol se escondendo atrás da montanha. Nunca vi a neve, mas brinquei inúmeras vezes com elas, sempre pelas minhas janelas…
Conto as horas ali naquele pedaço de mundo, porém esqueço todas elas… Sinto apenas o vento que acaricia a minha derme e traz abraços de outras paisagens, de outras janelas que brincam de histórias contadas em rascunhos e fico pensando: será que ela sabe alguma coisa sobre as ilusões da minha janela?
“Mesmo quando o dia desperta insosso, as janelas abrem-se para uma fantasia interessante que te convida a uma estranha dança, mas há quem não veja nada além das cores mornas das trêmulas cortinas que encobrem venezianas e vidraças. Essas também acabam por encobrir os galhos e seus ninhos, a chuva, o sol, a noite e suas estrelas…”
(Lunna Guedes – Sobre Janelas e Cortinas)
*A inspiração veio daqui!
Lunna Guedes
Ai ai ai e pensar que já é madrugada, já é julho (vi a data no começo do post e tomei um susto). Sim eu já sabia, mas minha janela estava fechada e não queria me falar de datas e horas…
Então me empolguei com a imagem e fui lendo lentamente, mergulhando nesse seu olhar, me acomodei na sua janela e fui ficando ao mesmo tempo em que fui indo e indo…
Os horizontes que essas janelas desenham são nossa maior riqueza. Será que por isso que somos o que somos?
Bacio carissima e grata pelo seu carinho hoje e sempre, viu?
♥ Cαmilα Girαssol
Bom dia Su!
Delicia de texto. Lembrei-de mim, criança e tão curisosa!
Adoro janela, é meio q terapia pra mim.
Hoje moro num apartamento num andar mais alto e fico de lá a observar a correria/calmaria dos dias/noites.
Lindo, como sempre neam?!
Beijâo e e obrigada pelo carinho de sempre.
^^
Lily
Janelas, tão belas, tão externas…
Através delas, se quisermos, descobrimos mundos, passos, segredos, e se ficarmos nelas, acabamos por descobrir a nós mesmos.
Eu me descobri, quando criança, olhando pelas janelas… até hoje, me encosto em alguma e estendo os olhos.
Bjs, minha linda!,
Suzana Guimarães
Rô
Adoro ficar na janela do quarto que era de minha princesa, Hevy, que foi morar sozinha. Agora seu quarto ficou meu. Me debruço na janela fico admirando parte da minha cidade, que ficou muitoooo grande. Sonho e vou longe.
Beijos minha criança aamada.
Beijos muitos beijos.
Sandra Cajado
EU TAMBÉM SOU UMA APRECIADORA DE JANELAS…
quando criança ainda eu sentava nela e chamava um menino que sempre passava por lá e me fazia caretas,moral da história…
O final? tu já sabes,eu já te contei por telefone né…mas abafa não quero que ninguém saiba que eu dei com a cabeça dele na parede…rs rs rs…
Voltando pro lado sério da coisa,eu considero as janelas como portais que abrem nossos olhos para a vida lá fora,basta tentarmos olhar diferenciado o cotidiano,não?
Interessante e gostoso esse texto…amo todos.
Beijos.