Letras, livros e sentimentos

“A leitura de um bom livro é um diálogo incessante:
o livro fala e a alma responde”.

[André Maurois]

pintura: desconheço o autor

“… é viajar sem tirar os pés do chão”; isso era o que mamãe dizia quando me presenteava com suas leituras e/ou com livros. Sempre que passeio pelo meu pretérito eu me encontro sentada em algum lugar do tempo com um livro sob os olhos. Nunca foi segredo para ninguém que eu sempre gostei da companhia das letras, dos livros e de todas as histórias que brincavam comigo.

Mergulho nas tais páginas numa intensidade sem limites e, consigo sentir todas as emoções descritas pelo autor. Sinto aromas, derramo lágrimas, suspiro em cenas de amor e caio na risada quando as palavras requerem sorrisos. É como se eu caminhasse por cada canto em que o autor conta. Sim! Eu viajo em cada história que leio e chego até sonhar com os personagens. Não sei explicar essa intensidade de sentimentos, mas é como se eu me teletransportasse para os lugares onde as histórias são escritas e ‘vividas’. É a tal história de que os livros tem alma e sentimentos, eles saltam aos olhos…

No domingo comecei a ler um livro da Karina Dias – ‘aquele dia junto ao mar’. É um romance voltado para mulheres que amam mulheres. Um dos poucos livros brasileiros escrito por uma mulher que conta de uma maneira mágica a mais bela forma de amar.

Aquele dia junto ao mar é narrado em primeira pessoa pelas duas personagens principais: a Maria Eduarda (Duda) e a Gabriela. Confesso que não gosto de narrativas em primeira pessoa, mas esse livro da Karina… nossa! Conseguiu mexer comigo desde o primeiro capítulo. Eu não conseguia parar de ler aquelas páginas um minuto sequer. Uma leitura fácil. Uma história intrigante que me fez sorrir, chorar, ficar com raiva de algumas atitudes dos personagens envolvidos e claro, me deixou muito mais apaixonada.

Ontem tive que me despedir dessa história. Estou órfã. Sempre fico órfã quando termino uma história. Preciso de outra paixão, de outra viagem… E concordo com o que minha mãe dizia: “Ler é viajar sem tirar os pés do chão”.

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Recomendo:

Aquele dia junto ao mar
Karina Dias
Editora Malagueta
416 páginas

Aquele dia junto ao mar acompanha a tumultuada história de amor de Duda, uma estudante de educação física que fica encantada por uma morena belíssima chamada Gabriela. Sem querer ela descobre, no decorrer de sua tentativa de sedução, que a moça é uma garota de programa complicada e cheia de más companhias. Carioquíssima como a autora, a história se desenrola entre Copacabana e Santa Teresa, com todo o charme e os perigos da Cidade Maravilhosa, e pega forte no coração. E na libido…