Sim sou eu, tentando me descobrir no meio do caminho.

Arquivo pessoal / Suzana Martins

Foi numa manhã fria de outono que encontrei com o mundo que seria meu universo de emoções. À medida que o tempo foi passando me descobri em meio às letras que seriam eternas companheiras. E foram elas que me ensinaram a conviver em estações e a realçar a beleza dos sorrisos. Em meio aos detalhes de um dia eu percorro sensações que diferem de mim. Sou meio ao avesso, caminho no reverso da pauta, mas sempre me encontro num cais, num mar de emoções.

Há tantas coisas para falar, ouvir e/ou até mesmo reinventar, mas a cada amanhecer descobrimos que somos pessoas diferentes e isso depende das situações que nos são apresentadas. Somos todos normais ou anormais, sei lá! Existimos, e temos que nos mostrar para o mundo. Poderia me apresentar de uma maneira menos complicada ou mais descompassada, no entanto não consigo me adaptar as tais conveniências. Então, se perguntam quem sou eu, digo simplesmente assim: ‘vamos, aos poucos, nos conhecendo’.

Então, completamente conotativa, sou mais ou menos assim:

Suzana Martins / Arquivo pessoal

Um pontinho de solidão, algumas desconsiderações, uma xícara de chá quente, um aroma de café ao amanhecer, um chope gelado, um bálsamo de poesia misturado à canções do mar. Uma descoberta a cada madrugada, um sonho de inverno e uma realidade outonal. Definições são improváveis, porém as descobertas são constantes.

Não é sempre que o bom humor aparece por esses lados. Posso variar de humor conforme os dias e estações. Há dias que ele simplesmente some e esquece de voltar, mas eu sempre posso encontrá-lo ali, sentado na areia observando o mar ou com algum poema a recitar.

Adoro as tardes de outono, quando o sol pinta o céu com uma aquarela invejável, pinceladas que nenhum Picasso ou Tarsila do Amaral foi capaz de reproduzir. Nos afrescos primaveris tenho aqueles enfeites de margarida, rosa, violeta, flores de verão, aromas do outono e calores do inverno. Vestidos coloridos! Sou sensível às estações! Enxergo e sinto gotas de sol e raios de chuva! Prefiro as madrugadas, elas são mais acolhedoras e verdadeiras.

A melhor companhia para ler, escrever, cantar, divagar em sonhos e pensamentos é quando a menina que se veste de mulher, deixa nascer nos lábios um sorriso farto que transforma dias frios em outonos multicoloridos. Sou um pouquinho de cada coisa, um amontoado de vida!


Jornalista. Designer. Poeta. Leitora por paixão e fotógrafa por mera curiosidade lúdica. Autora do livro Inversos. Participou e publicou da 1ª, 2ª e 3ª edição do projeto Diário das Estações promovido pela editora Lunna Guedes e diversos coletivos da Scenarium Livros Artesanais. Autora do zine poético Dias de Victória. A voz do podcast Espresso Poesia. Desde pequena, ama ouvir histórias, escrever e recitar versos. Acredita na arte como veículo de transformação interna e externa.

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