Ela, a Roubadora de livros

“Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler”.

Contra capa: Markus Zusak.

Livro: A menina que roubava livros.

Ficha Técnica:
A Menina que Roubava Livros (The Book Thief).
Direção: Brian Percival.
Roteiro: Michael Petroni.
Duração: 131 min.
País: EUA, Alemanha.
Ano: 2013.
Trilha sonora: John Williams
Elenco: Sophie Nélise, Geoffrey Rush, Emily Watson, Roger Allam, Kirsten Block, Nico Liersch, Ben Schnetzer.

Eu não sou fã das adaptações cinematográficas, mas, quando assisto tento esquecer que aquele roteiro foi um dia o livro que eu li. Acho que não há perfeição na história, muitos detalhes – que para mim são importantes – deixam de ser contados. Mas, com A menina que Roubava Livros foi diferente. Quando fiquei sabendo do lançamento dessa obra cinematográfica, comecei a contar os dias para a estréia. Na realidade, eu estava ansiosa para saber como havia ficado a adaptação e, ontem, fiquei feliz por ter saído do cinema sem apontar nenhum defeito ao filme, coisa rara de se acontecer.

Quem me conhece sabe que sou apaixonada pela história da Liesel Meninger, aprendi muito com essa Roubadora de livros cheia de coragem que conseguiu sobreviver em uma época onde a guerra e a dor saltavam aos olhos. A cada página que eu lia meu coração pulsava metáforas poéticas. Criava cenas em minha mente e brincava de imaginar o rosto desses personagens que deram vida a uma das mais belas histórias que já conheci.

Imagem: google

E, enquanto assistia ao filme, as minhas reações não foram diferentes. Eu derramei litros de lágrimas desde a primeira cena. Praticamente imóvel e quase sem respirar, eu estava totalmente imersa na história, envolvida pela fotografia divina, apaixonada pela trilha sonora e extremamente emocionada pela interpretação dos atores, que de forma magistral, deram vida aos meus personagens favoritos. Em cada lance gravado percebi que o roteiro do Michael Petroni seguiu fielmente as páginas contadas pela Morte.

O filme, com a sua fidelidade em relação à obra literária, começa com a Morte contando a história e os seus recorrentes encontros involuntários com Liesel. Tanto que o primeiro livro que a menina roubou – O Manual do Coveiro – seria um ‘presente’ da Morte durante o enterro do irmão mais novo da protagonista. Enterro que aconteceu no meio do caminho enquanto eles estavam sendo levados para a cada do casal Hans e Rosa Hubermann, que seriam os pais adotivos da Roubadora de livros.

A trama do filme se foca nas desventuras de Liesel com seus pais adotivos, o vizinho e melhor amigo, Rudy, e um judeu acolhido no porão, Max. Entre cenas aleatórias com sua nova família e os dois amigos, Liesel encontra pelo caminho a esposa do prefeito, uma triste senhora que perdeu o filho na guerra. Na casa dessa senhora havia uma imensa biblioteca que havia sido construído para o filho morto. Aquela triste senhora, encantada com a coragem de Liesel, convidou-a para entrar e frequentar aquele lugar sempre que ela quisesse.

E, quando o prefeito descobriu a frequência de Liesel na biblioteca, expulsou a menina da sua casa e a proibiu de visitar a biblioteca. E assim, ela voltou a roubar livros, mas sempre os devolviam. Quando o Rudy descobriu e a chamou de ‘ladra de livros’, ela disse: ‘só peguei emprestado, eles não sabem, mas irei devolvê-los’.

A menina que roubava livros fala de amor, perda, luta pela sobrevivência, amizade, família, esperança e morte. Sei que talvez a história da Roubadora de livros não seja apreciado pelo grande público, pois, além de falar de uma temática muito específica (segunda guerra mundial), possui um ritmo mais lento e poético.

Imagem: google

Essa película é para ser sentida e apreciada com o coração, e não apenas com os olhos. É impossível não se emocionar com as cenas em que Liesel lê suas primeiras palavras, termina a leitura do seu primeiro livro roubado – Manual do Coveiro – e entra numa biblioteca pela primeira vez. Ela fica atônita, rodeada por tantas histórias que fizeram seus olhinhos brilharem de empolgação.

É emocionante. Arrepia a derme. Vale a pena ler, assistir e conhecer A menina que roubava livros.

“Leiam. Escrevam. As palavras um dia podem salvar as suas vidas.”

Versos finais do filme.