“E nesse dia branco
Se branco ele for
Esse canto
Esse tão grande amor
Grande amor…

Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo”

Entre quatro folhas, fechada no branco de minhas palavras, sinto paralelamente a ausência das letras apoderar-se de mim. Uma escuridão que invade o branco e o medo de não extrair advérbios toma conta dos verbos pausando contos e não o encontro do lápis e do papel!

Corre em minhas mãos um rio de emoções, cujas margens são diluídas muito além de mim, e nisso, as palavras se afogam nas lágrimas que escorrem dos meus dedos.

No meio da confusão dos versos, uma canção descreve o dia, calando as minhas palavras e aumentando as minhas emoções e os meus sentimentos. Sinto-me envolvida com seu manto branco carregado de segurança, e naturalmente todas as associações que me surgem, seguem apenas uma direção: você…

Sinto que os meus passos são guiados até a sua presença, mas não são as minhas pernas que caminham ao seu encontro, e sim as palavras que correm chegando até o seu coração. Não quero os versos escuros em um quarto branco, nem as palavras brancas num quarto negro. Quero apenas as nossas palavras trocadas num dia “dia branco”.

Não deixo o amor passar, sigo você e todas as suas promessas…

Se os meus dedos pudessem, eles agarrariam a nós dois e nos congelaríamos no tempo e nas reticências das minhas palavras. Se pudéssemos ter mais um instante juntos eu faria deste momento uma longa troca de amor, porque um segundo ao teu lado vale muito mais do que todo tempo que passei longe de ti.

“Se você vier
Pro que der e vier
Comigo…

Se você vier
Até onde a gente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar…”