Eu não tenho uma pedra dentro do peito. Tenho um coração que sofre, chora, sonha, vive, grita, se alegra… Um coração que é: calmaria e tempestade, mas que pulsa por desejos próprios e pelas vontades que querem e precisam ser vividas.

Aqui dentro há sentimentos que se transformam em palavras metafóricas, pois o medo não revela a real intenção desse órgão que dança dentro de mim…

A sua frieza não me atinge mais, pois eu revesti o meu coração com artérias grossas formando uma espécie de escudo de guerra. As suas duras palavras jamais poderão quebrar o aço que protege os meus sentimentos. Todas as batalhas que tu ganhaste contra mim, desenharam as derrotas de um coração largado no chão apodrecendo no lamaçal das desilusões. Hoje eu sei como tu jogas e quais as armas que usas. Aprendi a me proteger.

Não derramo mais lágrimas em forma de sangue.

As suas provocações, agora eu entendo, todas elas são mentiras contadas numa tarde de solidão.

Reconheço o seu esforço como um soldado lutando pelo seu amor; mas não é assim que se ama. O amor é um sentimento livre – como o meu coração – e ele precisa de palavras e não da armadura de alguém que chega aprisionando vontades.

Um amor que não sabe amar…

Eu tenho um coração aqui dentro e, agora, ele agora está seguro. Coloquei uma espécie de proteção e é por isso que as suas palavras não têm machucado tanto. Os meus olhos não demonstram mais a dor que as suas palavras me causam.

Tenho em meu peito um coração que pulsa a vontade, de quem sabe um dia, desarmar as incertezas daquelas confissões e solidões…

Os sentimentos, dentro de um coração, (re)aprendendo a sonhar…