Último dia do ano, últimos versos alimentando a alma e uma porção de sentimentos que envolvem o amanhecer e as últimas horas de um quase pretérito perfeito desenhado em 2014… Todo último, às vezes, aproxima-se de um início. Ou todo início, às vezes, aproxima-se de um último. Não sei! Confesso que fico meio melancólica nessa época do ano, acho que talvez, porque eu sempre penso nas horas passadas e consequentemente as letras ficam embaralhadas. Completamente sem sentido.

Nesses momentos, de pura melancolia, eu escrevo o que conquistei, ou, as metades que ficaram para trás. A verdade é que lembro com saudade dos dias vividos sem conseguir transpor em versos, apenas sinto e invento rabiscos… E aqui estamos nós: eu e o último, eu e o começo, desejando a você um dia feliz, com histórias que carregam inícios…

Hoje, no último dia do ano, temos um típico dia de verão com nuvens de chuva nas laterais e um sol no centro de tudo esquentando o verde e reinventando cores nos jardins. E lá vêm mais 365 páginas em branco para escrevermos os nossos contos diários, as nossas histórias que parecem novelas e as nossas poesias. Tudo ainda é desconhecido, mas sempre há esperança, abraços e sonhos. Já dizia Mário Lago “quando o homem perder a capacidade de ter esperança pode apagar o arco-íris”… Por isso sempre há recomeços!

Deixo em 2014 as tristezas que arrancaram o meu coração e carrego para 2015 a esperança do reencontro com os amigos, a descoberta dos novos caminhos, a confiança para transpor os desafios e a felicidade de nunca perder a essência da amizade, da poesia, do carinho e do amor.

Obrigada a todos, leitores e poet’amigos, pela companhia. Vocês são especiais!

Como eu disse lá no começo, eu sempre fico perdida dentro das palavras. Nunca consigo escrever mensagens lindas de final de ano e/ou de agradecimento. Eu não sou poeta, sou apenas uma aprendiz de versos, por isso a confusão das letras.

E, mesmo sem saber escrever, porém com o coração cheio de carinho deixo aqui o meu abraço caloroso para cada um de vocês que navegaram e navegam Entre Marés!

Arte: Suzana Martins

Arte: Suzana Martins

“…se for pra fazer guerra, que seja de travesseiro.
Se for pra ter solidão, que seja no chuveiro.
Se for pra perder, que seja o medo.
Se for pra mentir, que seja a idade.
Se for pra matar, que seja a saudade.

Se for pra morrer, que seja de amor.
Se for pra tirar de alguém, que seja sua dor.
Se for pra ir embora, que seja a tristeza.

Se for pra chorar um dia, que seja de alegria.
Se for pra cair, que seja na folia.
Se for pra bater, que seja um bolo.
Se for pra roubar, que seja um bolo.
Se for pra matar, que seja de desejo.”
(desconheço o autor)