Resumos
Entardecia diante daquele olhar. A brisa que passeava por ali, perdeu-se no meio do caminho, mas trouxe consigo o aroma de mundos que nunca foram visitados. Havia um resto de sol e uma tarde alaranjada com sabor de outono que tocava músicas de inverno. Eu, que um dia fui primeira pessoa, deixei ser levada pelo vento, pelos pensamentos e pela paisagem que nascia às margens da cidade, transformando-me em plural.
Não havia mar, não havia flores, não havia verbos nem pessoas. O que existia ali eram pensamentos espalhados envoltos numa lembrança que sequer fora vivida, mas que agora seria conjugação de um tempo imperfeito…
O pulsar, terceira pessoa de um tempo qualquer, agora é concreto revestido em sentimentos abstratos criando composições que vão além da imaginação de um tal trovador. Sim, aquele sonhador, que um dia, perdeu-se no meio do caminho e sentou sob as sombras das árvores de letras e versos resumidos, e ali ele escrevia as suas confusas confissões.
Alguns passos impróprios ou cheios de sons fundiram-se à paisagem ilusória em sua variedade de letras e formas. Nessa mistura, a saudade encantada relembrava aromas de maresia que deslizavam sobre a pele do poema meramente devaneado e confuso.
A ausência do sal e da areia permitia viagens que estavam envoltas nas lembranças perdidas entre ondas e mar. O céu que presenciara todos os planos traçados deixou a lua ser a única testemunha de todas as promessas nostálgicas que ali foram escritas…
Todas as diferenças desses caminhos cruzam cidades e oceanos inteiros confundindo sentimentalidades de um poeta que não sabe escrever seus pensamentos quando o sol se vai. O que restou em seus cadernos foram lembranças, doces saudades resumidas ao vento numa tarde de inverno com cores de outono. Sempre haverá sorrisos nos lábios desenhados pelas pequenas lembranças que nasceram na ausência dos pensamentos e no silêncio da alma.
“Saudades! Sim… talvez… e porque não?…
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!”(Florbela Espanca)
Joéliton dos Santos
COmo sempre, perfeito!
Tenha uma ótima quarta!
Abração!
Sandra
Muito bom este texto ( seja em que tempo for )
Beijinhos
Tatiana Kielberman
E todos esses sentimentos se misturam em uma linda dança sem fim!
Perfeito, nem tenho o que dizer, senão estraga!!
Beijo enorme, Su!
A Escafandrista
passando aqui para conferir tuas novidades. abçs.
Celso Mendes
Na ausência de pensamentos, o poema mais puro. No silêncio da alma, a mais bela canção.
Beijo, amiga!
Ótimo dia!
Marilia
Linda Suzana!!!
Lindo texto…
"O que existia ali eram pensamentos espalhados envoltos numa lembrança que sequer fora vivida" e essas lembranças do desconhecido ou do caminho ainda a ser trilhado são propulsão dos anseios e desejos que são a propulsão da vida!!!
De verdade, AMEI!!!
Beijos
Graça Pereira
Um turbilhão de pensamentos, saudades levadas talvez pelo vento do Outono! E o que ficou? As folhas doiradas espalhadas pelo caminho a lembrar:Vida!
Beijo
Graça
Fernand's
acho que a pior saudade é a daquilo que não foi vivido.
tortura.
pelo menos não mata.
=)
bjsmeus
OceanoAzul.Sonhos
Perdidos entre caminhos que deixaram de ser, saudades, sentimentos que tocam, abençoados os que conseguem escrever linhas simples, nostalgicas, sentidas.
Magnifico texto.
beijinho amiga
oa.s