carne exposta

Do lado de fora
as vísceras dilatam
o sangue ferve
a alma grita
o coração pulsa
descompassadamente.

Do lado de fora
a carne exposta
o pesar das minhas entranhas
as lágrimas salgadas
diluindo a dor que habita em mim.

Do lado de fora
o meu eu visível
manifesto
transparente
aparente
sanguíneo
pulsante
ardente
desfeito em mil pedaços
do que um dia eu fui.

Suzana Martins