Da minha janela leio a poesia de outras janelas
que abrem e fecham a cada reta paralela.

De outras janelas, o vento imita cores
num aroma que verseia música, letras
e desenhos pintados em tons de felicidade.

Na parede lateral, um basculante apressa
o que seria um poema desabrochando
num canteiro de flores pinchadas
no parapeito de tantas outras janelas.

As minhas janelas eu as construo como eu quero.
Nelas eu desenho diversas formas num papel de sonhos
que imitam variadas cores perpendiculares entre si.

Seus vidros, em forma de concha, se fecham
imitando olhos descansando numa noite estrelada,
e que mesmo fechadas, ainda é possível ver o reflexo da lua
pelas frestas de tantas janelas.
Na transparência do acordar, com as bordas abertas,
a janela traz cheiro de gente e a cor do mar.
Sua forma? – Desconheço!
Mas janelas quando se abrem é para sonhar.

Abro as minhas janelas e, invento formas com elas…

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