Eu não fabrico letras, posso até inventar poemas, mas não construo versos perfeitos no interior das flores.

No imitar dos dias algumas palavras sobrevoam um imaginário real de devaneios, que talvez sejam perfeitos, mas num encontro com o papel elas destacam-se em outro universo paralelo cansando os meus sentimentos e mostrando toda as rasuras do poema.

A tal imperfeição do poeta: um amontoado de sentir embriagado em letras…

Um desgaste meu e delas, dessas tais palavras apressadas, que num papel desbotado, a caneta não escreve as inúmeras lágrimas do existir. Os rabiscos feitos a partir de agora são devaneios reformulando lembranças do tempo que escrever era natural.

Suplico todas as noites para que as palavras continuem a fluir sem precisar gastar o que ainda resta das minhas sentimentalidades…


Meu castigo é escrever até a última gota de sentimento. E sendo assim, rezo todas as noites para que as letras me castiguem eternamente…