Grandes ruas de silêncio levam aos arrabaldes da pausa

O silêncio ali
a vagar o deserto
a encarar a rua vazia
alagada
salgada
a salvar
minh’alma
em fragmentos de lua.

A pausa aguda da memória
a observar detalhes etéreos
o mar a molhar a areia
o deserto a admirar oásis
mudo
quieto
calmo
a elevar a tempestade
das minhas letras
irreais.

A mansidão
a atravessar metáforas
a alinhar os astros
a rasgar o efêmero
volátil
inquieto
absurdo
A órbita a transpor
o caos de minhas
inquietudes.

O dia
a correr em diálogos
a ferir o tempo caótico
incerto,
calado
fechado
marcado
pelas minhas letras
tatuadas no papel.

Suzana Martins

Projeto Blogvember – Scenarium Livros Artesanais
Título: Emily Dickinson – tradução Jorge de Senna
Participam juntos comigo: Lunna GuedesObdúlio Nunes OrtegaRoseli Pedroso e Mariana Gouveia