“Vou com a roupa do corpo mesmo sem ter pra onde ir…”
(Filipe Catto)

Despertei. Havia ecos por todos os lados. Restava apenas o perfume vazio da flor que deixastes em cima da mesa. Um fio do teu perfume ainda morava em nossa cama, e a tua ausência estava presente em minhas lágrimas que embalava na escuridão do meu sentir. Tentei escutar teus passos que lentamente caminhavam pela chuva, mas não consegui alcançar a tua corrida. Na tentativa de decifrar o silêncio ensurdecedor que por aqui deixastes, de repente, conseguir ouvir a explosão das lágrimas que escorriam dos meus olhos. Chorei. Lamentei. Procurei a tua presença por todos os lados, e deparei-me com uma ausência sangrenta a qual escureceu um coração que pulsava a leveza de um sentimento entregue a ti. A tua ausência grita no silêncio de mim… Acendo as luzes na esperança de te encontrar, mas o teu lugar ao meu lado está vazio. Então, desisto dos passos e caminho em mim. Agora, o lugar que tu ocupavas reproduz o eco da tua canção cheia de lágrimas. O que pulsa dentro de mim não te pertence mais… Enfim, acordei do vazio que deixastes em mim.

“Eu não olho pra trás, não, não me arrependo
Vou com a roupa do corpo,
não sei bem pra onde mas não paro não”
(Filipe Catto)