[invisíveis] cadeados
Nenhuma das chaves que possuía podia decifrar os segredos dos [invisíveis] cadeados.
Ali, onde ecoa todos os limites,
há um prenúncio de portas fechadas
cadeados trancados
sonhos inacabados
lágrimas amassadas
e o tumulto das dores invisíveis
a dilacerar o frágil sentir
de angústias enclausuradas.
O coração esmagado na caixa torácica
reinicia o pulsar monótono
hemofílico
e todo desconsolo da dor amarga.
A frequência cardíaca
repele o tecido
prende a carne
e destrói o batimento rotineiro
do músculo
que se alimenta de aprisionar
emoções insólitas
amarradas ao tédio
no âmago de todas as minhas dores.
Ali, longe de tudo,
na última prisão do mundo,
feri a derme
sangrei a face
rasguei o tecido das minhas asas
e na aflição da liberdade
no anseio da alforria
perdi a chave
que decifraria todos os segredos
da minha solidão.
Suzana Martins
Projeto Blogvember – Scenarium Livros Artesanais
Subtítulo do post: Flávia Côrtes, As Estações
Participam juntos comigo: Lunna Guedes – Obdúlio Nunes Ortega – Roseli Pedroso e Mariana Gouveia
Lunna
E lá vai o corpo e a alma em solavancos…
Suzana Martins
Ain, Lu!! <3
Mariana Gouveia
ai,ai,ai
Suzana Martins
<3