Estás tão longe de mim, mas mesmo fora,
a tua alma que um dia julguei minha,
mora na calma de nossa cumplicidade.
E eu, que outrora, quis ser apenas sua,
sem falsas máscaras ou disfarces sedutores,
encontro-me perdida no meio das palavras abertas
e dos sorrisos absortos…

Sei-te apenas no silêncio das vozes e na calmaria do olhar
que combina os teus reflexos contraditórios.
Sei-te tão longe e perto de mim
que o breve toque da distância silencia
o dia de sol aberto e as noites de luas brancas.

Sinto a tua pele num arrepio de versos confusos…
Sei o caminho que afasta os trilhos de incerteza,
e sei também que por lá mora os teus anseios
carregado de nevoeiros sonhadores
com trovas desajeitadas de um romance clichê.

Sei-te longe e tão perto de mim, mas não estás ausente.
Resta em minha derme a tua essência que chama calada
num verso silente para que um dia, tu te sintas parte completa de mim…