BEDA – dos meus pecados: ser poeta!

Ajoelhei. Pedi perdão.
Era tarde, disseram.

O meu pecado foi revelado
nas entrelinhas do poema.
A minha heresia foi querer ser poeta.

Julgamento encerrado. Fui condenada!
Veredicto: escrever na solidão do verso.
Culparam-me pelo excesso em letras,
pelo sentir rasgado em mim.
Sentenciaram-me por ser palavra nua.

Pequei. Deixei-me exposta.
Revelei a minha transgressão no poema
que escorreu dentro da lágrima,

Condenaram aquela que tecia versos
numa madrugada insone.
Poeta. Esse foi o seu pecado: ser poeta!

Suzana Martins


Abril é o mês do BEDA, e eu terei a companhia nessa aventura diária:
Lunna GuedesMariana GouveiaRoseli PedrosoObdúlio Nuñes Ortega