a divagar ponteiros, finais, saudades e outras metáforas
Fevereiro está de partida.
É muito raro eu pensar nas despedidas de determinado mês, mas hoje decidi ficar aqui a observar alguns finais.
A chuva, que chegou na madrugada, encerrou os seus pingos às 9h27. A pilha do relógio esgotou sem que os ponteiros dos segundos completassem a volta. O álcool espirrou suas últimas gotas sem perguntar qualquer coisa. E o grafite acabou sem ao menos esperar eu terminar a palavra.
Parece que tudo a minha volta suplica saborosos finais…
O que fica são alguns vestígios e outras ausências que não sei de onde vem. Perfumes que rodopiam pelas páginas daquele livro que resgatei da estante. Até um verso salgado do diário sussurrou lacunas do mar que ficou no litoral.
Devaneios a procurar desfechos na tempestade que atravessa o outro lado da cidade.
Hoje o dia chega até mim com a mochila cheia de saudade. Sintomas de despedidas. Pequenas nostalgias, outras utopias e alguns aromas que revelam histórias pretéritas balbuciadas por mim.
Fico nesse impasse de letras, ausências, despedidas, ponteiros e mergulho nas emoções que estão à flor da pele…
Lembro-me de acordes antigos e de outras canções que trazem à tona detalhes etéreos das minhas memórias agridoces. Alguns minutos depois percebo os meus lábios dançarem pequenos sorrisos e outras lágrimas saudosas a ritmar o coração.
Ah metáforas atemporais que habitam os meus rascunhos!
Suzana Martins, #divangado e só!