Rio de Janeiro, Verão de 2005 – Nuvens Pesadas de chuva.

As nuvens de chuva pesam por aqui. O dia está escuro em plena tarde de verão; há nuvens por todos os lados, até do lado de dentro da minha alma… Nuvens negras que chegam do alto mar e cercam a cidade. Nuvens belas que mesclam com as cores do oceano agitado, externando tudo o que estou sentindo por aqui. Há tempestades dentro de mim.

Tempestades, temporais… Temporais de amizade que destroem todos os sentidos… Chuvas de lágrimas que molham as minhas saudades. Ainda não aprendi a escrever sobre sentimentos, muito menos sobre saudade, quem dirá sobre amizade. Não sei usar palavras, sei apenas que elas escorrem como chuvas de verão brincando com o meu coração.

Não entendo de letras, muito menos de amizade. Finjo entender apenas de sonhos…

As letras e todas suas coerências me limitam, a amizade e toda minha timidez me incomodam. Conheço alguns amigos, ou penso que conheço todos eles, mas depois das dúvidas ficaram as certezas ou as incertezas daquele que dizia ser amigo e de todas as minhas letras rascunhadas… Até agora estou tentando entender todo esse temporal de amizade e todas essas letras que chovem no papel… Dúvidas, confusões… Tudo isso escrito num moleskine qualquer, registrado em letras que podem se dissolver com o temporal que se aproxima.