Eu ansiava voar
como os pássaros
na imensidão do céu…
Imitei vôos livres
que pareciam asas de águia
tatuadas em minhas costas
como uma simples farpa
da existência da liberdade
cravada em mim…

Sem penas e asas
escorreu o voar dormente,
num véu opaco,
gradeando a liberdade.

Tão sentidas, as minhas asas,
num suspiro lânguido e sereno
desperta palavras soltas
tatuando a liberdade entre os dedos.

Num voar sublime,
trocam-se as asas
pelas palavras
e o que era tatuagem,
hoje são versos
que sobrevoam o papel.

Com a liberdade passeando dentro de mim
mesmo estando longe do céu,
aprendi com as palavras
o que eu não consegui com as asas: voar!

(Suzana Martins – 26/03/2011)