As pessoas fazem os espaços do tamanho que querem…

A primeira coisa que tenho a dizer é que, em todos esses anos, cada um de vocês, sem exceção, me fizeram pegar na caneta para rabiscar qualquer sentimento que pulsa aqui dentro, e, isso vale muito. Cada letra escrita, lida, cantarolada nesses últimos doze meses foi parte de um sentir que invade qualquer rua ou cidade. O que sei é que todos esses anos valeram à pena, mas esse ano, em especial, valeu muito mais que qualquer verso deixado para trás, pois foi o ano dos fins, dos começos, mas principalmente, dos recomeços…

Cada ano que passa tem a sua particularidade, e esse sem dúvida, foi muito mais que especial. Os versos se transformaram em tantas melodias que arriscaram lágrimas, abraços e despedidas. Com a dor do partir eles cresceram sem pressa. Sem contar que a casa foi sendo arrumada aos poucos, deixando para trás o pó que impediam as palavras de crescer. Criaram-se versos que pareciam imensas listas, mas como não sou adepta a elas, deixo um histórico de saudades escrito em águas passadas num recital de versos apagados.  Ficam apenas as fotografias na estante e punhado de rimas numa sacola carregada de pretéritos. E os restos, esses, jogam-se fora, guardando apenas o aprendizado.

Eu poderia ter dito isso logo depois da reforma do blog ou então no mês de aniversário deste canto, mas a verdade é que eu quis deixar todas as palavras para esse final. Não quero que esse fim chegue. Sei que ele está próximo, e que é necessário nesses dias contados em tempo, por isso, deixo aqui um punhado de letras que tentam revelar entre as linhas de mim um paralelo de tudo que foi vivido e escrito nesse tempo de conquistas.

Às vezes eu tenho medo de não conseguir dizer tudo o que corre em minhas artérias, mas a verdade é que esqueço muitas letras numa simples gota de chuva. Não porque ela é sem volta, mas porque não me concentro nesse esforço do criar. Sei que depois elas aparecem, nos lugares mais inusitados que posso conhecer…

Isso de escrever em memórias é sem regras, sem tempo e sem contar até a quantidade de acentos, sei apenas que o que sobra são sentimentos.

Às vezes esqueço-me nas ruas e em países paralelos e melhorados, e sem esforço algum, volto a criar letras que ensaiam uma mensagem de sentimentos pulsantes. Uma simples brisa na derme, um guardanapo de papel, um punhado de letras podem e têm um efeito imenso sobre as minhas ações em escrever. Precisei apenas de algumas nostalgias e de tantas retrospectivas alegres e tristes de um ano que passou numa velocidade cada vez mais longe e sempre a me agarrar pelas mãos num revoar de tintas e histórias.

 É isto. Os dias já escorrem apressados. Amanhã já é natal e daqui há alguns dias, em luzes noturnas, num branco que divide as faixas o ano despede-se de tantas letras e alguns outros olhares. É só ligar o rádio, aumentar o volume e cantar sem ter medo de desafinar, é como se sempre soubesse a letra daquela canção que despede e que tão logo chega. E é naquele momento que sabe-se ou pelo menos tenta saber o porquê de tantos porquês que abraçam o novo.

É tempo de esquecer-me em tantos lugares e abraçar tantos mundos num único sentimento que mistura saudades, felicidades, nostalgias e, principalmente, amor. Esqueço-me de que estou a cantar ou a escrever porque o que eu quero é sentir. Esqueço-me entre essas letras que ensaiavam uma despedida agradecida tentando percorrer olhares sem importar com as horas, com a temperatura e com absolutamente nada. Quero apenas os abraços, os sorrisos e o esquecer das dores provocadas num ano que pulsou sentimento puro e eterno. Porque ao sermos melhores fazemos dos outros melhores. E assim, encontramos a beleza nas coisas pequenas e engrandecê-las é transformar a nossa presença bem mais humana do que podemos imaginar.

O importante é tentar sempre. É saber que somos um bocadinho adultos, mas que ainda sabemos abraçar. É fazer promessas e saber que as vamos cumprir e ter saudades do que se acabou de viver. O importante não é traçar as metas e sim agradecer por todas as ações realizadas.

E hoje estou aqui para abraçar a cada um de vocês que, em suas visitas diárias, trouxeram sentimentos que mantém esse blog vivo durante todos esses anos. Obrigada pela troca de versos.

Hoje encerro as atividades desse ano, mas deixo aqui o meu FELIZ 2012 para todos os amigos blogueiros. Desejo a todos um Feliz Natal e que as luzes possam está sempre acesas.

“2011 não é passado é um pedaço do futuro.” (GloboNews)

Até 2012!

Felicidades sempre…………