O nome da minha saudade / está escrito numa poesia / que, mesmo sem rima, / ilumina.
B.e.d.a
Sou hemisfério composto de mar, areia, água e sal. Detalhes de vento, nuances de sol metade inteira de um verso salgado.
Só reverencio aquilo que arrepia a derme, que faz pulsar os poros e que evapora todos os aromas do sentir.
Caminho distraída, apenas contemplo a existência natural das coisas espalhadas. Observo um pássaro que voa livre de uma árvore para outra e ignoro a reclamação da senhora mal humorada que fala algo sobre a sujeira das árvores e a algazarra das maritacas.
No fim do papel é possível encontrar páginas inteiras de versos rasgados que ficaram pela metade no vocábulo inteiro de um voo imperfeito. Esqueceu até que para abrir as asas e encarar o vento não precisa tirar os pés do chão.
Amei a solidão / abandonada na areia, / esquecida no deserto / e repelida pelo céu. / Amei a dor / no exílio de / minhas profundezas.