Levarei dentro de mim / pedaços de versos, / nostalgias cinzentas / e algumas tempestades. / Num dia de luz nublada, / hei de partir / carregando apenas / fragmentos de mim...
B.e.d.a
Sangra. /rasga a derme /sufoca os poros /fere a alma. /Sangra. /artéria exposta / matéria morta / sentimento pungente / abalado pelo existir.
A rua enfeitada de outono, logo após a enxurrada, recita o verso nostálgico que um dia escrevi em esquinas paralelas. E, no silêncio das horas, a estação suspira esperança essas rasuras perfumadas que escorrem entre os meus beirais.
Teus beijos / a evaporar pela derme / desejos de nós. / Teu olhos, / a me hipnotizar, / a arrepiar vontades / sucessivas de ti em mim.
Lá fora o céu desenha todas as nostalgias de um domingo chuvoso. Aqui dentro embriago-me com os versos daquela que suspira outono. Uma letra na folha, outro verso a perfumar café e o vento a reinventar saudades.
A medida que o dia rompe o silêncio, natureza e cidade se une e detalha o azul na essência da cor. Agosto está a gosto em mim.