Beda – Cosmopoesia

A minha palavra foi criada
no início do verbo
na luz do mundo
no Big Bang
na via láctea
na origem dos planetas
na construção do universo
na inteireza do átomo adverso.

Haja luz!
e houve poesia.

A minha fala é memória
a registrar atmosferas cósmicas,
físicas, quânticas.
A minha voz é letra
a perdurar no papel.
O meu poema é a Terra
no auge da rotação,
partícula acidentada
na roda do tempo
letra esférica
do sistema solar.

No início era o verbo
e o verso era a poesia.

A minha linguagem surgiu
da união dos átomos
na origem dos asteroides
na velocidade da luz
na letra mulher, plural
unicelular.

Haja luz!
e houve o feminino.
O início era o verbo
e a célula era poesia!

A minha palavra
tem origem na mulher
que moldou o universo
com as mãos imersas no poema.

Suzana Martins

Abril é o mês do BEDA e eu terei companhia nessa aventura diária:
Lunna Guedes – Mariana Gouveia – Roseli Pedroso – Obdúlio Nuñes Ortega