Beda – páginas de um diário litorâneo
Recolho-me a alegria das danças que se materializam perto de mim e provocam emoções que nunca ficam para trás. São alguns pequenos pedaços de música que arrebentam em saudades, inventam lágrimas e trazem o passado e todas as suas sensações para perto de mim.
Aprofundo-me no silêncio onde guardo todas as minhas lembranças, sejam elas alegres ou tristes, e, reinvento uma memória recheada de verbos que aparecem conjugados no futuro do pretérito.
Nostalgia… é isso que conservo dentro de mim.
Saudades. Definições inconstantes de um sentimento que está além das minhas percepções. E mesmo que o verbo tenha a sua conjugação, essa mistura de palavras e emoções atravessa a futilidade do meu poema.
Como é fútil escrever num corpo de paixões que carrega memórias vazias!
Pobres poetas que tentaram traduzir em letras um universo paralelo. Não sou poeta, sou apenas uma fazedora de letras apagadas que sente além do pulsar. Imito versos que caem nas águas e perdem-se em ondas.
Até quando vou escrever as minhas confusas nostalgias na areia para serem apagadas pelo mar?
Entro em meus silêncios e em prantos recolho-me as minhas metades que gritam em palavras. Palavras… essas pobres metáforas sem sentido que estremecem a minha inteligência e todas as minhas memórias vazias. Desço até a última gota de lágrima em um silêncio profundo, para escutar o meu prato além dos ecos da terra.
Contradição… é que isso que carrego em meus versos: um palavrear contraditório de mim.
Sou eu quem vive em uma constante salada de letra e mesmo assim, nunca serei capaz de entender as minhas palavras grifadas. Rasgo as minhas páginas e grito um poema que se esconde entre os raios de sol.
Ó palavras vazias essas minhas!
Anulem os meus versos, pois eles não podem ficar registrados no diário onde guardo todas as minhas estações!
Porto Seguro, 14 de julho | 17h58
Diário das Estações – Última Página
Agosto é o mês do B.e.d.a e, desafiando a lógica do mês, eu embarquei nesta aventura.
Estão comigo Lunna Guedes – Mariana Gouveia – Obdúlio Nuñes Ortega – Roseli Pedroso
Lunna
Estava lendo com a calma de uma brisa marítima nos olhos e o que leio? não sou poeta… eu ri e pensei num chá de flores colhdias durante uma caminhanda e fui tragada para o ontem, a menina andando entre as pedras e repetindo os versos de Emily diante da imensidão de um mar bravio…
Suzana Martins
e eu ri aqui também.. hahaha
e agora suspiro com as tuas palavras!!