Beda – sobrevoar

Dentro de um alvoroço mundano,
desvio o sentir e ouço
o canto dos pássos a incendiar
a solidão das minhas tardes abismais.
Uma espécie de chamamento oblíquo
para as letras que nascem
dentro da estação.

Desapareço nas metáforas agudas
para encontrar-me perdida nas madrugadas
insólitas que correm pelas horas soltas
entre os ruídos mágicos do tempo
sem exercer limites
de qualquer ponteiro apagado.
Esbarro nas rupturas coreografadas
do sem fim para extrair
os voos ausentes de minhas asas.

Rastros de uma alma deserta,
que dentro do oásis,
cantava a vida
como uma ave liberta.

Suzana Martins


Abril é o mês do BEDA e eu terei a companhia nessa aventura diária:
Lunna GuedesMariana GouveiaRoseli PedrosoObdúlio Nuñes Ortega