Menino de versos fáceis, palavras doces e de grande inspiração poética. Ele cria versos, inventa contos e tece crônicas num tecido poético de saudades.  O Entre Marés tem a honra de receber nessa sexta-feira o querido Cristian S. Molina, do blog Cotidiano!

Seja bem vindo, querido!

Boa leitura à todos!

SAL

(Feito para o Entre Marés, a convite de Suzana Martins.)

Mareado já nesse mar
nessa jangada que construí
que vai se desconstruindo no bater das ondas
a frente, no horizonte, nuvens negras me atormentam
Esse mar… esse mar… essas marés…

Tenho gosto pelas maresias
e meus pés a afundarem na areia não tão firme
a brisa trás mais grãos a me cobrirem
eu sinto…
eu sinto…
cócegas com a brisa…
eu sorrio…

Esse sal que me corrói o casco
E essa brisa me apaga a vida mal vivida
Como essas Marés limpam minha areia
A espuma das ondas
A formarem focos de sonhos que a areia suga e consome

Meu cais é quando acordado
e ancoro a tua pele salgada
Meu porto, um grande coração
Em que descansam as vidas desembarcadas
Mergulhadas…

Nem bússolas te orientam
a chegar neste continente
Vem com as ondas….
vai com as ressacas dessas águas salgadas

As correntes contrariadas
levam-nos a qualquer lugar
Acordamos nas areias estranhas
de praias desconhecidas
de ilhas perdidas

Nós somos ilhas
e não estamos nos meros mapas
Salgados nossos corpos
queimados de sal, sol e amor

Nas encostas, marinheiros desesperados…
Fabricamos nossas jangadas
e nos jogamos às correntes
Um barco qualquer somos nós
enquanto em alto-mar
nos achamos, naufragos
No alto mar do amor continente
mar raso de águas quentes…

Essa é nossa praia
Em nossos calores brisados
e nessas marés estão nossos pés
entre luas e entre marés.

(Cristian S. Molina)

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