A chuva cantarolava multicolorida lá fora. Suas gotas soavam em tons musicais, que ao cair no chão, transformavam-se numa aquarela extraordinária. Era uma espécie de cinza vibrante, tocado em sol maior que surgia de um azul avermelhado, de um rosa esverdeado levemente colorido cheio de alegrias, esperanças e gotas de sentimentalidade… Nesse momento, ela assistia da sua janela o mais sensível e apaixonante de todos os concertos. Normalmente dias chuvosos deixavam Victória nostálgica, mas aquele momento tinha um sabor especial, era mais um dia comum, inexplicável, apenas perceptível! Músicas coloridas, gotas cantaroladas… saudades encantadas! Então ela decidiu fazer parte daquele espetáculo, daquela magia colorida cantada pela chuva…  Desceu as escadas, completamente saltitante, cheia de alegria e sentiu o vento, a chuva, as cores em seu corpo. Deixou levar-se por tudo que a encantava… A chuva estava no ar e a música molhava o seu corpo, então começou a bailar com as suas emoções ouvindo apenas a voz daquele momento cheio de vida. Nada desafinava nenhuma nota fora da pausa, todos os seus passos transformavam-se em compassos coloridos e ritmados. Despiu-se de todas as preocupações, vestiu as suas emoções e viveu todo aquele momento, cheio de cores e músicas, que só ela sentiu, só ela viveu, porém ela nunca saberá descrever, muito menos explicar…

Este artigo pertence ao blog “Entre Marés”.

Plágio é crime e está previsto no artigo 184 do Código Penal.