conto-II

De mãos dadas sob o horizonte – Parte 2
Capítulo I: Um breve começo

O cenário? Copacabana…
A linda e eterna Copacabana, acalentando o coração dos moradores e visitantes com sua luz incomparável. Pela manhã, o calor advindo do sol escaldante preenchia corpo e espírito dos transeuntes da cidade, enquanto o sábado se preparava para marcar presença na vida daquela gente, trazendo novidades e grandes inspirações…
Tudo se configurava de maneira bem diferente do que havia sido presenciado em Paris. Lógico que seria assim. A França tem um glamour particular que exime qualquer explicação ou adjetivo… Já o Rio, obviamente, também tem suas singularidades, mas só quem se propõe a aguçar determinadas percepções é que consegue entender o espírito carioca, incorporando-o para sempre em seus hábitos, costumes e tradições.
A vida propunha mudanças e adaptações quase radicais àquelas almas amantes… Porém, isso pouco importava a elas: queriam mesmo começar do zero, como se apenas Paris tivesse existido até então.
– Preciso encontrar um trabalho, algo que me motive a acordar todos os dias e desvie os pensamentos de ti. Até porque tinhas tua própria rotina até minha chegada, certo?
– Tu te esqueces apenas que meu mundo era um antes de conhecer-te, e se transformou em algo completamente diferente após nosso encontro… A mudança começou em Paris e já me acostumei a ideia desse nosso novo estilo de vida… Construiremos um lar em conjunto e nada será feito a sós!
– Confesso que assim me tranquilizas um pouco, mas de qualquer maneira pretendo encontrar um afazer por aqui. Não posso simplesmente esperar até que venhas à noite, preparando o jantar ou fazendo algo do tipo… Sinto-me inútil!
– Entendo, entendo… Tudo virá no seu tempo adequado, meu bem… Basta que confiemos…
E foi firmado o pacto. Os tijolos seriam, aos poucos, sendo colocados – um a um – para construir a tão almejada casa de amor.
Havia um clima de intenso romance no ar e nada parecia poder destruir algo tão forte. Até a temperatura, as paisagens e as ruas colaboravam para enaltecer uma certa fantasia que pedia para se transformar em realidade…
– Como te falei, ainda quando estávamos em Paris, tenho nuances de medo… Consegues me entender? Não duvido de tua fidelidade… Mas, como me foi contado por ti, sempre foste livre… Por que te prenderias agora? E por que justamente comigo?
– Porque te amo… Porque és a pessoa com quem quero estar!
– Sinto receio de não conseguir conter tuas asas, que são livres… Podes me amar, dedicar teus dias a mim, mas não tenho controle sobre teu coração… Jamais teria!
– Peço-te, meu amor… Confies em mim! Não te deixarei…
Grandes inseguranças ainda estariam por vir – e imensos segredos a revelar.
Por ora, só restava caminhar rumo à linha do horizonte, vislumbrando o amor… 
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Não percam, na próxima semana, mais um capítulo do conto “De mãos dadas sob o horizonte – Parte 2”!
Leia a primeira parte da história clicando aqui!