“Aprendi com a primavera; a deixar-me cortar e voltar sempre inteira.”

(Cecília Meireles)

Ainda é verão por aqui. O sol me avisa isso todos os dias. Sigo viajando de olhos fechados sonhando com algumas gotas de chuva e esperando a noite me abraçar… Daqui, é possível ver as nuvens brincando no imenso céu azul. Lembro-me até da primavera e suas flores sorridentes…

Há músicas, poesias e muitos rascunhos que se perderam e outros que reapareceram nessa “viagem”…

De certa forma o tempo não parou. Muitas coisas mudaram e outras continuam exatamente do mesmo jeito… Os sentimentos, por exemplo, brincaram de todas as maneiras, tiveram alguns arranhões, mas nada tão grave, e ainda continuam vivos.

O coração ainda continua batendo e como sempre transbordando de saudades e alegrias. Um pouco de cada coisa que se mistura e que pinta as marés.

Sim, estava com saudades de pisar nas areias… Ancorei o meu barquinho e vim até o cais abraçar a todos e sentir tudo novamente. A alegria das postagens, comemorações, os (re)encontros…

“Sou entre flor e nuvem,
estrela e mar. Por que
havemos de ser unicamente
humanos, limitados em chorar?
Não encontro caminhos fáceis
de andar. Meu rosto vário
desorienta as firmes pedras
que não sabem de água e de ar.”

(Cecília Meireles)

 


“Aqui está minha vida – esta areia tão clara
com desenhos de andar dedicados ao vento.
Aqui está minha voz – esta concha vazia,
sombra de som curtindo o seu próprio lamento.
Aqui está minha dor – este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está minha herança – este mar solitário,
que de um lado era amor e, do outro, esquecimento.”

(Cecília Meireles)

É; pode-se dizer que estou de volta!