Os dias têm passado alheios diante dos meus olhos.

Não sei definir em que dia da semana me encontro. Me perdi nessas convenções dos dias, semanas, e até mesmo do ano que começou a pouco com todo esse blábláblá rotineiro que o mundo insiste em gritar aos quatro cantos. Porém a beleza das noites, das madrugadas ou das manhãs ensolaradas, essa eu não deixo passar distante de mim.

Eu sei que estou a observá-las do meu casulo, do lado de dentro da minha janela, e é por isso que agarro toda essa beleza e sinto correr os dias em minhas veias, feito sangue que passeia nas artérias para bombear o coração. São esses pequenos detalhes que bombeiam a minha vida.

Enquanto isso, o dia segue brincando de tempestades de verão.

Ora o céu é revestido com um belo dia sol, ora com deliciosos pingos de chuva, ou outras gotas de arco-íris. Tudo isso: enfeites de céu! É o tempo brincando de tinta escorregadia nesse céu de nuvens cinzas e revestimento azul.

Majestosos dias em que eu reverencio, em silêncio, seus momentos em todas as frestas de minha janela.

A rotina pode me prender entre os concretos armados dessa sala, mas eu sou livre, abro as asas e deixo a brisa do mar refrescar os cansados ombros desse cotidiano que me prende.

E descanso nas estradas do mundo, sem rumo…

Vamos escandalizar!