O dia amanheceu silencioso respeitando o cantar dos pássaros que cantarolavam em minha janela e o latir do cão, que com a pata batia na porta do quarto, num pedido sublime para que eu acordasse. No céu as inúmeras nuvens cinza enfeitavam a paisagem entre um respingo e outro de uma chuva que há dias ensaia cair. O sol, com a sua impaciência brilhante respirava entre as nuvens, porém elas, estavam mais fortes que o sol, impedindo, assim, que os seus raios acordassem. O dia de hoje pede um pouco mais de brisa, de guarda-chuvas coloridos e de paisagens que desenham saudades. Confesso que hoje eu queria caminhar à beira mar, sentir algumas poucas gotas de chuva beijar a minha derme com um sabor inigualável de maresia. Mas, como não encontro mares e ondas nesse meu mais novo habitat; deleito-me com a paisagem perfeita que São Paulo desenha para mim nesse dia de garoa e ventos fáceis…

O dia amanheceu silencioso, com ventos soprando por cima das coisas. Dias mais frios (dizem os meteorologistas). Janeiro chega ao fim com poucos dias de sol e muitos dias de chuva, mas curiosamente, antecedendo o ritual de amanhã, o sol voltou para nos abraçar. “

(Lunna Guedes – Post: O Despertar)