É só esquecer!

“O BookCrossing Blogueiro foi inspirado no BookCrossing – um movimento que acontece fora do mundo virtual – e nada mais é do que o ato de “libertar” um livro com a finalidade de difundir o hábito da leitura. E nós que adoramos ler, sabemos que um livro fechado na estante tem o mesmo valor de páginas em branco. Para valer, ele precisa ser usado e apreciado! Vamos compartilhar esse livro que você já leu e que não pretende reler?”

Participar desta blogagem é um privilégio para mim, pois aprendi que o livro precisa de asas e liberdade. Eu sempre fui muito apegada aos meus exemplares, na realidade, tenho muito ciúmes de cada um deles, no entanto esse evento trouxe outras concepções para mim. É claro que tenho alguns volumes que guardo a sete chaves, mas, outros precisam de liberdade.

Nessa 6ª edição esqueci meu ‘Querido John’ do Nicholas Sparks. Eu sou uma apreciadora da literatura do Sparks. Ele consegue me encantar em cada verso, cada frase… ler as linhas de um livro dele, para mim, é desligar por completo do mundo e ser personagem principal de sua história. Eu choro rio, converso e me envolvo de tal maneira que fica difícil explicar. Então, quando recebi o convite para participar desta edição do BookCrossing Blogueiro, pensei: ‘por que não deixar livre um livro do Nicholas?’

Imagem: Google

Sendo assim, hoje pela manhã ao sair de casa, levei comigo meu ‘Querido John’. Não sabia onde iria esquecê-lo, mas ele estava comigo e entre suas páginas havia um bilhete que dizia assim:

“Não se preocupe, este livro não está perdido. Este exemplar faz parte do BookCrossing Blogueiro – um movimento que tem a finalidade de libertar livros esquecidos em nossas estantes e escrivaninhas. Ele foi deixado aqui propositalmente e está à espera de olhos e almas livres. Aprecie a história, mas, por favor, não o deixei empoeirado numa estante. Deixe o livro viajar”.

Suzana Martins

Fiquei durante todo o dia pensando onde iria esquecer aquele exemplar que estava em minha bolsa. E de repente surgiu à oportunidade: precisava ir ao banco resolver algumas coisas. Banco é um ótimo lugar para ler e ‘esquecer’ livros… Fiquei ali e enquanto esperava o meu atendimento folheava o livro e rasgava a saudade daquela história que tanto me emocionou… Ao chegar a minha vez de ser atendida, deixei o livro na cadeira ao lado e pronto, fui até a mesa da gerente. Segui sem olhar para trás. Deixei aquela edição ali sozinha e tão rodeada de pessoas…

Fiquei durante trinta minutos conversando com a minha gerente, acertei as minhas coisas e ao sair, olhei para o lugar onde eu estava antes de ser atendida, e um senhor estava com o livro em mãos e procurava quem havia esquecido… Com um leve sorriso, olhei para aquele homem que tinha mais ou menos um sessenta anos e disse: ‘senhor, talvez ai dentro tenha alguma informação. Folheie o livro, quem sabe assim o senhor encontra alguma coisa’. Ao dizer isso sair, mas dessa vez olhei para traz e vi em seu rosto uma expressão de contentamento… Mal sabe ele que a alegria maior foi a minha.

*Esta foi a minha participação na Blogagem Coletiva: BookCrossing Blogueiro. Infelizmente, nesta edição, não consegui tirar fotos. Ainda há tempo de você também participar, a blogagem vai até dia 23 de abril. Participe.